Instituto Pasteur convida para Semana de Mobilização Contra a Raiva

Ações são abertas para profissionais da área da Saúde e toda a população
Texto: Comunicação CRMV-SP / Foto: Acervo CRMV-SP

No próximo dia 28 de setembro, data de falecimento do cientista Louis Pasteur, será celebrado o Dia Mundial Contra a Raiva, uma doença viral fatal. Em comemoração, o Instituto Pasteur promove a Semana Estadual de Mobilização com o objetivo de ampliar as ações educativas a respeito da raiva.

Para alertar sobre a doença e incentivar as boas práticas, no dia 22 de setembro o Instituto abriu sua sede para toda a população, com o evento “Pasteur de Portas Abertas”. Foi realizado um conjunto de ações com jogos, caverna cenográfica e outras atividades lúdicas orientativas sobre a doença, além de visitas guiadas ao interior do Instituto. Quem perdeu, terá uma última chance em 29 de setembro, das 10h às 16h. Durante a semana, a instituição receberá, ainda, grupos escolares.

A raiva é uma zoonose, ou seja, uma doença infecciosa que pode ser transmitida de animais para humanos e vice-versa. A transmissão ocorre através da saliva do animal infectado, mas além de mordidas e lambeduras, pode ser passada por arranhões. A doença, entretanto, é prevenível por meio da educação da população, da vacinação anual de cães e gatos e da profilaxia no ser humano.

Presidente da Comissão Técnica de Saúde Pública do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) e médica-veterinária do Instituto Pasteur, Adriana Maria Lopes Vieira lembra que não há registros do vírus da raiva da variante canina em São Paulo desde 1998, sendo que a última infecção humana por uma dessas variantes no Estado ocorreu um ano antes. Desde então todos os casos são de variantes dos morcegos.

Os médicos-veterinários desempenham papel primordial na vigilância, prevenção e no controle efetivo da raiva. “Considerando a circulação viral em espécies silvestres, especialmente entre morcegos, e a eficácia da vacinação antirrábica na prevenção da doença, é fundamental que cães e gatos sejam vacinados anualmente”, destaca Adriana.

Raiva em São Paulo

O principal mamífero transmissor da raiva no estado de São Paulo são os morcegos hematófagos, também conhecidos como morcegos vampiros, mas, todas as espécies podem ter e passar a doença.  Embora transmitam raiva sobretudo para mamíferos em áreas rurais, morcegos também podem transmitir o vírus para cães e gatos em áreas urbanas. Casos esporádicos têm ocorrido, segundo o Instituto Pasteur, principalmente por contato acidental com espécies não hematófagas infectadas. 

Representante do CRMV-SP no Comitê Estadual de Vigilância e Controle da Raiva do Estado de São Paulo, Alessandra Maine Martins lembra que o perfil das variantes dos morcegos é outro, o que pode tornar desafiador o diagnóstico. “A característica clínica predominante não é mais de animais agressivos, mas de raiva paralítica, o que pode ser confundido com outras doenças neurológicas, como por exemplo, a cinomose canina.”

Os profissionais devem estar atentos e notificar casos de animais com sinais e sintomas neurológicos prontamente às unidades de vigilância em saúde para a adoção das medidas necessárias e resposta rápida.

Gerente do Programa de Raiva dos Herbívoros da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, Paulo Antônio Fadil informa que “o estado vem mantendo os números de casos de raiva estáveis” e que a maior concentração de animais infectados está na zona rural, devido à proximidade com áreas silvestres.  Dados cedidos pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento mostram que há 54 casos confirmados no primeiro semestre de 2024, todos de variantes do morcego hematófago. Em 2023 foram 60 casos ao todo.

Raiva em humanos

Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, houve 47 casos de pessoas infectadas por variantes do vírus da raiva no Brasil entre 2015 e 2024, desse total, 24 foram transmitidos por contato direto com morcegos.

Portanto, além do incentivo à vacinação antirrábica anual de cães e gatos como medida preventiva para evitar a disseminação da doença tanto entre os animais quanto em humanos, ao encontrar um morcego, vivo ou morto, nunca se deve colocar a mão no animal. Isso inclui morcegos com comportamento alterado, como dificuldade de voo, paralisia, desorientação ou encontrados caídos. Se for preciso imobilizá-lo, o ideal é colocar sobre ele um balde, pano ou caixa, e acionar a unidade de vigilância de zoonoses mais próxima ou, na ausência, entrar em contato com a Secretaria de Saúde municipal.

Além de cuidarem para que as medidas e prevenção e controle da raiva voltadas aos animais sejam executadas, os profissionais médicos-veterinários também precisam adotar práticas de proteção pessoal devido ao risco elevado de exposição ao vírus:

  • Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): é uma medida essencial para garantir a imunização contra o vírus da raiva antes de qualquer possível exposição, tendo em vista o alto risco de contato com animais potencialmente infectados;
  •  Monitoramento sorológico periódico: verifica a dosagem de anticorpos antirrábicos e se a imunidade está adequada; caso necessário, podem ser indicadas doses de reforço para manter a proteção efetiva contra o vírus da raiva.

Vetor não é vilão!

Importante alertar que morcegos são animais silvestres protegidos por lei, além de serem importantes agentes ambientais na polinização e controle de insetos, e que se esses animais de hábitos noturnos forem vistos de dia, no chão, com dificuldade para voar ou invadirem residências, a Secretaria de Saúde deve ser acionada.

Quem quiser participar, das atividades oferecidas pelo Instituto Pasteur sobre a raiva no último fim de semana de setembro, o edifício fica localizado na Avenida Paulista, que aos domingos fica fechada para a circulação de veículos.

SERVIÇO:

Instituto Pasteur

Endereço: Av. Paulista, nº 393, São Paulo (SP). CEP: 01311-000

Tel: (11) 3145-3145

Site: www.pasteur-sp.org.br

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