Mapa e Embrapa fecham parceria para diagnóstico do mormo

Iniciativa envolve caracterização de novos antígenos para melhorar a precisão diagnóstica e O estudo epidemiológico para conhecer onde é maior proliferação da doença no País
Texto: Embrapa (adaptado pela Comunicação CRMV-SP)
Foto: Pixabay

A Embrapa e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se reuniram para estabelecer acordo de parceria para validação de tecnologias para a diagnose da doença do mormo. A doença infecciosa, que atinge principalmente equídeos, pode causar grandes prejuízos para os criadores, pois sacrifício dos animais infectados é obrigatório.

O Brasil possui o terceiro maior rebanho de equinos no mundo e o maior da América Latina. Por isso um diagnóstico preciso por meio de exames de sangue é fundamental para se fazer estudos epidemiológicos e estabelecer políticas públicas que promovam o estabelecimento de regiões livres da doença, considerada uma zoonose, por também atingir seres humanos.

Os pesquisadores da Embrapa apresentaram a técnicos e dirigentes do Mapa e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) o projeto de pesquisa “Avanços no Diagnóstico do Mormo Equino no Brasil”, aprovado em 2018 na carteira de projetos, no âmbito do Portfólio Sanidade Animal.

Coordenado pelo diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria de Saúde Animal, Geraldo Marcos de Moraes, o encontro reuniu técnicos do Mapa, bem como os pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul, Emanuelle Gaspar (líder do projeto) e da Embrapa Gado de Corte, Flábio Araújo, responsáveis pela apresentação do trabalho desenvolvido pela Empresa.

Maior confiabilidade

A pesquisadora Emanuelle Gaspar ressaltou que os testes com maior confiabilidade podem evitar a disseminação do mormo, bem como as contestações judiciais de diagnósticos, o que tem se tornado bastante frequentes, pela baixa confiabilidade que a população tem na prova de FC (Fixação de Complemento, teste antigo utilizado para se chegar ao diagnóstico).

“A novidade da nossa pesquisa é a caracterização de novos antígenos para melhorar o processo de diagnóstico”, destacou a pesquisadora. Para casos de mormo os diagnósticos podem apontar reações falso-positivas, que levam ao abate do animal desnecessariamente, e reações falso-negativas, que impedem o abate do animal e promove a disseminação da doença para outros animais. “Um diagnóstico preciso é de grande relevância para a garantia da sanidade animal”, esclareceu Emanuelle.

Caracterização genética molecular

A partir das explicações da equipe da Embrapa e dos debates em torno das expectativas do Mapa, ficou acertado que a Embrapa irá receber, nos próximos meses, os chamados isolados do patógeno (organismos causadores da doença) para realizar a caracterização genética molecular e, assim, testar a confiabilidade e pureza dos mesmos.

O objetivo do estudo epidemiológico será conhecer mais detalhadamente onde se encontra a doença, ou seja, onde é maior a sua proliferação no País e, a partir daí, construir políticas públicas que criem, por exemplo, zonas de exclusão.

Mormo

O mormo é uma doença contagiosa da equideocultura, causada pela bactéria Burkholderia mallei, que também é uma zoonose. Os animais infectados pela doença podem apresentar tanto infecção crônica, quanto aguda. Cavalos normalmente apresentam a forma crônica da doença e podem sobreviver por vários anos, aumentando o risco de disseminação do patógeno no rebanho.

Infecções subclínicas ou latentes são considerações importantes na epidemiologia do mormo, pois um animal com a doença “oculta” é uma potencial fonte de infecção devido à eliminação permanente ou intermitente da bactéria. A transmissão se dá por inalação, ingestão de alimentos ou água contaminados ou por inoculação. Essa forma de contaminação, associada às condições de higiene precárias, alta densidade populacional do rebanho e estresse animal, facilita a disseminação da doença. A identificação correta de animais doentes é, portanto, a chave para o controle e erradicação do mormo.

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