Médica-veterinária integra a equipe responsável pelo soro anti-covid do Instituto Butantan

Camila Bianconi participou da pesquisa para o tratamento à Covid-19 que aguarda por análises clínicas da Anvisa
Texto: Comunicação CRMV-SP

Entre as principais motivações para a sua escolha pela Medicina Veterinária está a admiração pelos equídeos. Hoje, ela figura entre as 26,2 mil profissionais do sexo feminino registradas em São Paulo e ajuda escrever um importante capítulo da história da ciência. Estamos falando da médica-veterinária Camila Bianconi, que integra a equipe que desenvolveu o soro anti-covid no Instituto Butantan (IB).

Foram aproximadamente seis meses de trabalho com os cavalos do IB, que produziram anticorpos contra a doença. O soro foi testado em hamsters e, no dia 24 de março, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a realização de testes em humanos. A autorização permite que o soro seja aplicado em pessoas contaminadas pela doença, visando amenizar os sintomas de pacientes com infecção recente e alto risco de desenvolvimento de quadros graves.

Os testes serão feitos em parceria com o Hospital do Rim e o Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP). Nesta etapa do processo serão estabelecidos os parâmetros necessários para o uso do soro, tais como dosagens, a fase da doença em que poderá ser administrado, bem como as especificações quanto a perfis de pacientes.

Esses animais maravilhosos colaboraram para que vidas possam ser salvas dentro em breve. Estamos todos ansiosos e gratos

(Camila Bianconi)

 “Participei da fase do recebimento do antígeno, seleção dos animais, imunização dos cavalos e acompanhamento da resposta imune dos animais, que foram monitorados diariamente até a realização das colheitas de sangue”, conta Camila, coordenadora de produção e responsável técnica do departamento de obtenção de plasma hiperimune do IB.

Sobre estar entre os profissionais envolvidos neste importante trabalho, em prol da saúde pública não apenas brasileira, mas mundial, Camila fala em gratidão com o mesmo olhar de amor pelos equinos que a fizeram começar sua jornada na Medicina Veterinária.

As mulheres são 62% dos profissionais registrados no Estado de São Paulo
Elas são 26.203 dentre os 41.610 médicos-veterinários registrados e ativos no CRMV-SP
A predominância das mulheres na classe em SP é notada nos últimos anos. Em 2008, por exemplo, elas já somavam 52,1% do total de médicos-veterinários no Estado
No entanto, isso não significa que o cenário totalmente favorável às mulheres no mercado de trabalho
Embora sejam bem aceitas no segmento pet, nos demais, muitas vezes, precisam fazer um esforço psicoemocional maior para não serem desacreditadas entre colegas de trabalho

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Incentivo desde a infância

Um dos principais incentivadores desta trajetória é o pai de Camila, que chorou ao saber da participação da filha no desenvolvimento do soro. “Ele nunca teve uma visão machista e sempre me incentivou a ir em busca do que eu queria. Foi assim a minha criação”, diz  médica-veterinária.

Com o apoio da família e muita obstinação para atingir a sua realização profissional, Camila se graduou, fez mestrado em imunidade de potros e se dedica ao doutorado em clínica e cirurgia. “É uma rotina agitada, em que fico por conta do trabalho durante a semana e, do doutorado aos finais de semana”, menciona ela, que se diz realizada com as escolhas de vida.

Orgulho de ser Butantan

Camila chegou ao IB há dois anos e está muito feliz por integrar o quadro de profissionais da fazenda do órgão, localizada em São Roque (SP), onde há uma população de cerca de mil cavalos.

“O instituto é um grande orgulho brasileiro e os cavalos têm uma enorme  importância para a produção de antisoros destinados ao tratamento pós-exposição de  doenças como tétano, botulismo e raiva”, frisa Camila, que ainda enfatiza o destaque internacional dos recursos tecnológicos utilizados no IB, destinados a preservar o bem-estar dos animais.


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