Médico-veterinário é importante agente no combate a raiva

Cerca de 99% dos casos de raiva humana ocorrem por transmissão canina e estima-se que 59 mil pessoas morrem todos os anos vítimas dessa zoonose
Texto: CFMV (adaptado pela Comunicação CRMV-SP)
Foto: Adobe Stock

A raiva atinge mais de 150 países e territórios e, invariavelmente, é fatal. Cerca de 99% dos casos de raiva humana ocorrem por transmissão canina e estima-se que 59 mil pessoas morrem todos os anos devido a essa zoonose. É um quadro sanitário preocupante e desafiador no mundo.

Em 28 de setembro, data em que se comemora o Dia Mundial Contra a Raiva, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) destaca o importante papel do médico-veterinário no combate à zoonose.

O médico-veterinário é um importante agente de mudança, é o profissional responsável pela prevenção, controle, diagnóstico clínico e laboratorial da raiva, além de atuar também no sistema de saúde (nas três esferas de governo). Na Agricultura e Pecuária, é responsável pela coordenação e execução do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros, vinculados à atuação da defesa sanitária animal.

No Meio Ambiente, a atuação desses profissionais se destaca pela intervenção no vínculo epidemiológico. Desde 2004, quando o Brasil controlou a raiva urbana, os casos humanos, em sua maioria, acontecem pela transmissão de quirópteros (morcegos) em diversos ecossistemas do País; e de calitriquídeos (saguis e micos), no Nordeste; além de casos em canídeos silvestres, como raposas e guaxinins.

Vigilância e notificação dos casos detectados são importante ação de controle da doença e dever do médico-veterinários

Vacinação

Cabe ao médico-veterinário avaliar fatores de risco quanto à transmissão do vírus da raiva no ambiente e em animais, visando alertar os órgãos de saúde e prevenir a ocorrência dessa zoonose, interagindo de forma estreita com as instituições e segmentos ambientais.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) estima que, para ser efetiva, uma campanha de vacinação contra a raiva deve cobrir ao menos 70% da população de cães nas zonas afetadas pela doença. A entidade calcula que, além de impedir a transmissão do vírus e salvar vidas de animais e humanos, o custo da imunização canina equivaleria a um décimo dos valores investidos no tratamento emergencial de pessoas acometidas pela doença.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de dois terços dos países do mundo ainda são afetados pela raiva

O Programa Nacional de Profilaxia da Raiva

Implantado pelo Ministério da Saúde, em 1973, em sintonia com o Ministério da Agricultura, Central de Medicamentos (Ceme) e Organização Panamericana de Saúde, o Programa Nacional de Profilaxia da Raiva representou o pioneirismo e principal elo da atuação da Medicina Veterinária na saúde pública.

Saúde animal é o fator mais importante para erradicação da doença e vacinação em massa é capaz de eliminar ciclos de transmissão

Desde a criação do programa, as coordenações nacional, estadual e municipal determinaram a presença do médico-veterinário imprescindível para a erradicação da raiva. E, a partir da década de 1980, a implantação dos Centros de Controle de Zoonoses (CCZs) e dos programas de Controle da Leptospirose e de Acidentes por Animais Peçonhentos, também exigiram a atuação desses profissionais.

Até 2030

Com o objetivo de prevenir e eliminar, até 2030, as mortes humanas causadas por raiva transmitida por cães e colocá-la na lista de doenças prioritárias para organizações internacionais e governos, a OMS, a OIE e a Organização das Nações Unidas (ONU) formalizaram uma iniciativa global com foco na abordagem da Saúde Única.

A iniciativa trata a raiva de forma holística e interdisciplinar, com destaque para o importante papel desempenhado pelos serviços veterinários, de saúde e educacionais na prevenção e controle da doença.

 A raiva

– doença viral que afeta o sistema nervoso central de mamíferos, incluindo humanos;

– o vírus pode ser encontrado, principalmente, na saliva e no cérebro dos animais infectados e, normalmente, é transmitido para humanos por meio da mordedura de cães;

– o período de incubação varia de alguns dias a vários meses, mas, uma vez que os sintomas são observados, a doença pode ser fatal;

– mais de 80% das mortes causadas pela raiva ocorrem em áreas rurais, onde o acesso à campanhas de saúde e à profilaxia pós-exposição é limitada ou inexistente.

– os continentes africano e asiático são os que apresentam os maiores riscos de mortalidade de humanos, com mais de 95% dos casos fatais da doença;

– a doença é 100% evitável e há no mundo todo conhecimento, tecnologia e vacinas disponíveis para a sua eliminação.

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