A criação de cavalos para hipismo já foi um hobby, coisa de apaixonados com alto poder aquisitivo. Hoje os tempos são outros. Os prêmios das competições melhoraram, alguns chegam a R$ 40 mil e um cavalo campeão pode valer mais de R$ 6 milhões ou render R$ 6 mil a cada comercialização de sêmen. De acordo com a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo de Hipismo, existem hoje cerca de 250 associados e o setor cresce 20% ao ano.
Bruno Ribeiro é proprietário de um haras e segundo ele a importação de cavalos está muito forte no Brasil. Sêmens de boa qualidade também estão sendo importados, o que faz com que o mercado de cavalos cresça e se torne rentável. “Com bons cavalos, bons preços e altos valores de premiação, é possível sustentar um haras e uma criação. O mercado do hipismo está muito forte”, diz Ribeiro.
Um haras localizado em Louveira, interior de São Paulo, é referência no trabalho com a raça brasil hipismo (BH), e investiu em áreas específicas para cavalos europeus, éguas reprodutoras e potros. Lá, o trato de um cavalo gira em torno de R$ 700 à R$ 1 mil por mês, mas o potro com apenas sete meses já pode ser vendido por R$ 50 mil.
O cavalo de hipismo precisa de cuidados, ração balanceada, bom treinamento e acompanhamento veterinário. A iniciação no esporte começa aos três anos de idade. O cavalo vai para o redondel e inicia os primeiros saltos paralelos à doma. As barreiras vão aumentando aos poucos. A partir dos quatro anos, o animal vai para a pista de prova e se adapta ao percurso e à altura dos obstáculos, que chegam a um metro e meio.
Para o instrutor Rafael Miranda, a evolução dos cavalos está muito boa. “Os cavalos hoje estão saltando mais alto, são mais limpos, têm mais força e agilidade. Não são mais aqueles pesados de antigamente”.
O haras se especializou na criação de uma raça muito apreciada no hipismo, a sela holandesa. Os garanhões e as éguas doadoras vêm da Europa, depois o processo se inverte, potros e cavalos são exportados para a Argentina e de volta para a Europa.
Além disso, o haras também importa sêmen congelado. O material genético é conservado a uma temperatura de 196 graus negativos. O cliente paga pela inseminação apenas quando a prenhez se confirmar.
A criação do cavalo atleta é um investimento a longo prazo. “É um mercado de risco, porque não há como mensurar o resultado após um ano ou seis meses, somente depois de sete a oito anos. Por isso, é preciso sempre fazer o melhor, ter os melhores sangues e as melhores linhagens”, explica Ribeiro.
“O mercado está em expansão. Observamos isso pelo número de competições e de adeptos ao esporte, que cresceu muito nos últimos anos. Consequentemente, para o criador, veio a necessidade de aumentar o número de cavalos”, conta o presidente da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo de Hipismo, Paulo Faroni.
Ainda segundo ele, nos últimos três anos, ocorreu um aumento no número de nascimentos, de 700 cavalos por ano para 1.200. A expectativa é que esse número cresça ainda mais nos próximos anos.
Fonte: EPTV (acessado em 26/11/10)