Desde a confirmação do primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, confirmado em 26/02, pelo Ministério da Saúde, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo acompanha a situação junto aos órgãos oficiais de saúde e alerta médicos-veterinários e zootecnistas para que intensifiquem os cuidados com a saúde e auxiliem no combate às fake news sobre o tema.
No mundo já são mais de 91,7 mil casos confirmados da doença em 72 países, dos quais 3,1 mil evoluíram para óbito. No Brasil, o primeiro caso confirmado de Covid-19 foi o de um residente na capital paulista que esteve, em fevereiro, na Itália. Em 04/03, o Ministério da Saúde confirmou três casos da doença no País e informou que há 530 suspeitos sendo acompanhados.
De acordo com a Organização Panamericana da Saúde, ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), os coronavírus são uma grande família de vírus que causam enfermidades que vão desde um resfriado comum até problemas respiratórios graves.
Os sintomas da Covid-19 são febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza. É preciso observar outros aspectos epidemiológicos, como histórico de viagem em área com circulação do vírus ou mesmo contato próximo a algum caso suspeito ou confirmado laboratorialmente para a doença.
Locais de origem e esclarecimentos da OIE
Nesta semana, a lista de locais de origem ou transição da doença definida pelo Ministério da Saúde inclui Itália, Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Singapura, Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes Unidos.
É preciso esclarecer que, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), análises moleculares epidemiológicas mostram que a sequência genética do Covid-19 é uma variação bastante semelhante (87,99%) a outro coronavírus encontrado circulando em populações de morcegos do gênero Rhinolophus (morcego-ferradura) e que possui baixa homologia (menos que 66%) para todos os genomas de coronavírus encontrados em animais domésticos.
Manter vigilância
Suspeita-se que a Covid-19 possa ter sido proveniente de animais, mas são necessárias mais investigações para confirmação deste fato e é preciso ressaltar que, embora haja esta possibilidade, a rota predominante de transmissão é de humano para humano. As pesquisas em andamento serão essenciais para identificar a fonte animal inicial (incluindo espécies) e estabelecer o papel potencial de um reservatório animal dessa doença.
Apesar de não haver nenhuma ocorrência relatada em animais, a recomendação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é de que “os veterinários devem manter um alto nível de vigilância e relatar às autoridades veterinárias qualquer evento incomum detectado em qualquer espécie animal”, notificando imediatamente o Serviço Veterinário Oficial pelo e-Sisbravet. http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sisbravet/manterNotificacao!abrirFormInternet.action
Papel de educadores
Aos profissionais médicos-veterinários, que possuem importante papel na Saúde Única (humana, animal e ambiental) como agentes de saúde pública, e zootecnistas, o CRMV-SP pede ainda que cumpram nesse momento o papel de educadores, informando clientes e funcionários e combatendo fake news.
Para isso, o Conselho recomenda que divulguem apenas notícias veiculadas por órgãos oficiais. Com intuito de informar e desmentir boatos, o Ministério da Saúde concentra no site www.saude.gov.br/coronavirus as informações atualizadas sobre o tema. Na página há um link inclusive pontuando algumas das fake news que circulam na internet. Clique aqui para ver as fake news sobre coronavírus.
Instituições de referência em São Paulo
A Secretaria de Estado da Saúde montou um centro de contingência para monitorar e coordenar ações contra a propagação do novo coronavírus em São Paulo. Este grupo trabalhará de forma integrada com o Centro de Operações de Emergências (COE), implantado anteriormente pelo Governo do Estado.
Hospitais de referência para casos graves:
Capital
– Hospital das Clínicas de São Paulo (HCFMUSP)
– Instituto de Infectologia Emílio Ribas
Interior
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (USP);
Hospital das Clínicas de Campinas (Unicamp);
Hospital de Base de São José do Rio Preto.
Litoral
– Emílio Ribas II, do Guarujá.
Laboratório referência para análises de amostras e realização de contraprova de laboratórios particulares
– Instituto Adolfo Lutz
Ao apresentar os sintomas as pessoas devem procurar o serviço de saúde mais próximo. A prevenção é o mais importante. Confira as dicas da Secretaria de Estado da Saúde:
– Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
– Não compartilhar objetos de uso pessoal;
– Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;
– Lavar as mãos, por pelo menos 20 segundos, com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool;
– Deslocamentos não devem ser realizados, enquanto a pessoa estiver doente;
– Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes.