Moradores de um condomínio em São Bernardo do Campo, no ABC, estão preocupados com a aparição, nas últimas semanas, de aranhas de diversas espécies nos apartamentos. Entre os aracnídeos que invadiram algumas das 56 residências do Condomínio Regalo, na Rua Aparecida, bairro Baeta Neves, está a pequena e perigosa aranha-marrom, cujo veneno pode causar desde dor e inchaço até necrose de tecidos.
Segundo a dona de casa Rosana Hara, de 38 anos, os animais vivem e procriam em um terreno vizinho. “Não se trata de um local abandonado, baldio. Lá tem uma casa que foi fechada pelo dono há mais de cinco anos”, disse. Isso afeta diretamente a ação dos agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que não podem invadir a residência em busca de criadouros.
No terreno, o mato não para de crescer. Em meio à grama, sobram telhas e pedaços de madeira. “O quintal é bem grande, cheio de entulho. Há pedra, telha, madeira, restos de construção. Meu medo é que apareça até escorpião quando começar a mexer lá”, disse a também dona de casa Carla de Oliveira, de 59 anos. “Ontem [terça] fui lá e encontrei aranhas em todos os cantos”, acrescentou Rosana, que é mãe de três crianças e já foi aconselhada por uma cunhada bióloga a deixar o prédio.
Para prevenir picadas, os moradores adotam medidas variadas. Uns colocam veneno no rodapé dos imóveis, outros instalaram telas nas janelas e fazem constantes faxinas nos apartamentos. “Aqui em casa não se pega um sapato, um chinelo, sem antes olhar dentro. E fechamos cedo a janela”, afirmou Carla.
Outro fator preventivo fundamental é a atenção. Segundo o Instituto Butantan, a maior parte dos acidentes envolvendo aranhas-marrons ocorre quando o animal é comprimido. Por isso, é comum que as pessoas sejam picadas quando se vestem ou quando estão dormindo. “Ao me vestir, sacudo a roupa antes. À noite, fico acordando o tempo todo e vou para o quarto dos meus filhos para ver se está tudo bem”, disse Rosana.
Preocupada com a presença cada vez mais constante dos “invasores”, ela fotografou um dos animais no momento em que tecia uma teia. Ao procurar um especialista, descobriu que, por sorte, o aracnídeo não era do gênero da aranha-marrom.
Procurada, a Prefeitura de São Bernardo do Campo informou que agentes do CCZ foram na última semana ao condomínio e coletaram espécimes para posterior envio ao Instituto Butantan. A filha do proprietário do imóvel, que está hospitalizado, foi localizada e intimada para tomar providências urgentes. “Espero que algo aconteça logo. A gente está apavorada aqui”, completou Carla.
Fonte: G1 (acessado em 10/11/2011)