O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 registrou queda de 1,78% na terceira quadrissemana de junho. O IqPR-V (produtos de origem vegetal) e o IqPR-A (produtos de origem animal) apresentaram variações negativas de 1,32% e 2,92%, respectivamente. A convergência de todos os indicadores de preços para baixo parece revelar que cessaram as pressões inflacionárias dos preços agropecuários. De qualquer modo, verificam-se patamares de preços ainda altos para a maioria dos produtos.
Os movimentos dos preços, em especial daqueles cuja formação tem contribuição relevante do mercado internacional, passam a refletir as entradas e saídas de capital das bolsas de mercadorias, impactadas pela crise grega que pode se alastrar pelo continente europeu.
Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram: tomate para mesa (32,54%), leite B (7,28%), leite C (4,69%), soja (3,66) e milho (2,11%).
No leite B e C, a redução da quantidade e qualidade das pastagens se reflete na menor oferta dos produtos, o que tem pressionado as cotações para cima. O aumento maior para o leite B em relação ao C, o que não é comum para este período do ano, deve-se ao fato do aumento do custo das rações. Os produtores de leite B são mais dependentes de insumos como o milho e a soja, que tiveram altas significativas nos últimos 12 meses.
Na soja e no milho, se apresentam movimentações de preços decorrentes da elevada volatilidade do mercado internacional de commodities agropecuárias causada pela crise grega e pelas expectativas sobre o clima na safra norte-americana. De outro lado, a pressão interna pelo aumento da demanda de rações levou a incrementos de preços.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas na terceira quadrissemana de junho foram: batata (25,51%), carne suína (17,16%), algodão (15,45%), laranja para mesa (13,16%), amendoim (5,07%) e carne de frango (4,68%).
No caso da carne suína, os problemas nas vendas para a Rússia, que embargou produtos de várias empresas com alegação de não cumprimento de padrões sanitários, aumentaram a oferta do produto no mercado paulista, impactando os preços para baixo.
Para a carne de frango, a boa oferta frente à demanda estabilizada reflete queda nas cotações das aves. Além de frango no mercado spot, animais oriundos de integrações sob posse das agroindústrias continuaram apresentando excedentes nos corredores de abate, o que movimentou para baixo os preços recebidos pelos criadores.
Na terceira quadrissemana de junho de 2011, oito produtos apresentaram alta de preços (seis de origem vegetal e dois de origem animal) e 12 apresentaram queda (oito de origem vegetal e quatro de origem animal).
Fonte: Portal DBO (acessado em 05/07/2011)