Produção de leite é responsável por geração de renda, de empregos e importante fonte de proteína e nutrientes

Presença de médicos-veterinários e zootecnistas é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar dos animais, e a qualidade do alimento e seus subprodutos
Texto: Comunicação CRMV-SP
A Imagem mostra um homem ao lado de uma vaca leiteira, em gesto de respeito.
Foto: AdobeStock #372077497

Com um rebanho de 187,55 milhões de animais, o País é o quarto no ranking mundial dos países produtores de leite e apresenta um mercado interno que consome, em média, 167,9 litros por pessoa. Neste mercado, segundo dados do IBGE de 2021, o estado de São Paulo é responsável por produzir 2,56 bilhões de litros. Números tão vastos mostram a relevância social e econômica do setor nas esferas estadual e nacional.

A cadeia produtiva do leite é uma das mais complexas atividades do Agronegócio brasileiro, composta por mais de 90 produtos que têm o leite ou sua proteína. E os cuidados na criação dos animais e inspeção sanitária das matérias-primas, dos pequenos produtores e das indústrias são fundamentais para garantir a saúde e o bem-estar dos animais, com impacto direto na saúde da população. 

Segundo a agência da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), um copo de 250 mililitros de leite integral bovino pode fornecer 48% das necessidades protéicas de crianças com idade entre cinco e seis anos. Além de 9% das calorias e micronutrientes fundamentais ao desenvolvimento.

Nesse contexto, o processo de produção exige vigilância e análise correta durante toda a cadeia até a chegada ao consumidor final. O secretário-geral e presidente da Comissão Técnica de Agronegócio do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Fernando Buchala, destaca que os médicos-veterinários e zootecnistas têm papel fundamental e transformador no desenvolvimento desta cadeira produtiva.

Os profissionais são agentes fundamentais para o processo produtivo e o bem-estar dos animais, tanto por questões éticas e humanitárias quanto para o cumprimento das instruções normativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que estabelecem as exigências para as etapas da produção de leite, e, ainda, por razões econômicas. “Esse tema passou a ocupar um lugar de destaque no agronegócio consoante o reconhecimento de que a manutenção do bem-estar animal leva a uma maior produtividade”, afirma Buchala.

“Para que se possa conseguir nas criações a melhor produtividade, é preciso adotar boas práticas de manejo, para que permaneçam saudáveis e em condições de produzir um leite de alta qualidade”, declara o presidente da Comissão Técnica de Alimentos do CRMV-SP, Ricardo Moreira Calil.

Cadeia de produção do leite    

As cadeias produtivas que compõem o agronegócio desenvolvem processos organizados e integrados de transformação de matérias-primas em bens ou serviços, sendo que todos os equipamentos e insumos necessários para essa transformação, assim como os produtos adquiridos pelo consumidor final, são componentes dessa cadeia e contribuem para a geração de recursos e empregos.

 “É importante ressaltar que o crescimento e o aprimoramento dos diferentes segmentos dessas cadeias produtivas, que pode ser observado ao longo dos últimos anos, ocorreram em função do desenvolvimento e aplicação de práticas e tecnologias adequadas às diferentes condições produtivas. Os processos estão em constante transformação”, afirma o presidente da Comissão de Agronegócio do CRMV-SP.

Atualmente um dos processos de produção que mais evoluíram foi o da criação de bovinos de leite. “Os animais são fruto de melhoramento genético, com a participação de zootecnistas e médicos-veterinários, o que foi capaz de aumentar a produtividade destas vacas”, explica o presidente da Comissão de Alimentos do CRMV-SP.

Bem-estar dos animais

Com os mercados potencializados, a sociedade cada vez mais demanda alimentos de qualidade e em maior quantidade. Calil esclarece que um leite de boa qualidade só pode ser obtido, portanto, por meio de um úbere (glândula mamária) sadio. “Um ponto fundamental é que vacas doentes não produzem quantidade e nem leite com qualidade aceitável para o consumo humano. Não pode haver infecção ou lesões. Caso contrário, o leite terá alterações, inclusive de odor, e ficará contaminado. Por isso, será condenado ao ser avaliado pela inspeção sanitária realizada por médicos-veterinários, que é obrigatória por lei, antes de ser pasteurizado”, afirma.

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“Nas propriedades produtoras de leite, as vacas após o parto amamentam os bezerros pelo período necessário para que as crias adquiram imunidade, por meio da ingestão do colostro. Eles irão receber o leite para poderem se desenvolver, até que possam começar a ingerir outros tipos de alimento. Todo esse processo é acompanhado por profissionais médicos- veterinários e zootecnistas, para garantir as boas práticas de manejo e o bem-estar animal”, explica o presidente da Comissão de Alimentos do CRMV-SP.

Papel do médico-veterinário e do zootecnista

A visão humanitária do sistema de produção pelo Mapa identificou a necessidade de proteção às cinco liberdades: ausência de fome, de sede, de desconforto, dor, ferimentos ou doenças, e de medo ou angústia, e assegurada a expressão do comportamento normal, traduzidas nas determinações apresentadas em instruções normativas como a nº 56/2008 e nº 77/2018, entre outras.

 “Os médicos-veterinários e os zootecnistas são os profissionais que exercem o papel garantidor dos processos de produção. Temos como missão certificar a qualidade, promover a saúde, preservar o ambiente e proporcionar o bem-estar aos animais”, afirma o presidente da Comissão de Agronegócio do Regional.

Importância nutricional do leite

O leite é um alimento fonte de cálcio e outros minerais, como também de proteínas e vitaminas. Além disso, serve como matéria prima para fabricação de queijos, iogurtes, leites fermentados e outros tantos alimentos de alto valor nutricional e até funcionais, pois, além de nutrir, ainda podem auxiliar na prevenção de doenças como câncer, osteoporose, osteopenia e outras de igual importância.

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 “A restrição ao consumo de leite deve ocorrer em caso de alguma forma de intolerância ou recomendação médica, caso contrário, tomar leite é sem dúvida um hábito a ser seguido, desde que o leite seja saudável”, considera o presidente da Comissão de Alimentos do CRMV-SP.  

“Um alerta para os consumidores é que existe leite oferecido sem ser pasteurizado, muitas vezes sem rótulo de identificação, vendido em garrafas pet, sem nenhum controle sanitário dos animais e da produção. Nesse caso, sim, esse produto deve ser evitado, por ser considerado como clandestino e, por esta razão, ser de alto risco para saúde da população”, ressalta.

Calil explica que o leite pasteurizado não tem bactérias patogênicas que podem fazer mal à saúde, por isso, é o alimento recomendável para ser consumido. “Quando alguém compra leite sem esse cuidado técnico, estimula que clandestinos continuem vendendo não só o leite, mas também derivados lácteos, sem a inspeção higiênico-sanitária realizada por médicos-veterinários da Inspeção Federal, Estadual ou Municipal”, alerta o presidente da Comissão de Alimentos do CRMV-SP.

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