O Programa Municipal de Castração a Baixo Custo, desenvolvido pela Divisão de Zoonoses da Secretaria da Saúde em parceria com a Upam (União Protetora dos Animais de Marília), já castrou cirurgicamente 260 animais, entre cachorros e gatos desde setembro de 2008. Nos últimos meses a oferta de vagas dobrou.
Até agosto deste ano as três clínicas conveniadas faziam até oito castrações por mês. Desde então, apenas duas continuaram no programa, mas elevaram a oferta. A clínica da Unimar (Universidade de Marília) passou a fazer até dez cirurgias e a Unimvet, 40.
Essas clínicas não têm lucro. O valor de R$ 30,00 é cobrado dos donos de animais exclusivamente para os gastos dos procedimentos. Os materiais utilizados são fornecidos pela Prefeitura. “O que move esses veterinários parceiros, que também são voluntários, é o espírito altruísta e a consciência de que a castração tem grande importância no controle populacional”, mencionou a presidente da Upam, Elisabeth Carvalho.
Carvalho mencionou que a Upam ainda reivindica vagas gratuitas para os donos de animais que não podem assumir os R$ 30,00 e os custos do pós-operatório, mas reiterou que o programa já é uma grande conquista porque tornou a castração acessível para grande parte da população. “Nas clínicas particulares o valor desse procedimento varia de R$ 180,00 a R$ 400,00 ou até mais, dependendo do porte e sexo do animal”. Pelo programa municipal a taxa de R$ 30,00 é invariável.
Nos últimos cinco meses foram 242 animais inscritos. A adesão considerada positiva se deve em parte a divulgação do programa pela Upam em ônibus da Circular, no Terminal Urbano e em postos de saúde. Interessados devem procurar a sede provisória da Upam, na rua Nove de Julho, n. 1.115. O telefone é 3433-9199. É preciso apresentar fotocópia na mesma folha do RG, CPF e de um comprovante de residência recente (pode ser conta de água ou luz).
“De acordo com o Código Estadual de Proteção ao Animais, os municípios paulistas têm a obrigatoriedade de oferecer programas de castração em massa como meio de prevenir as zoonoses e fazer o controle populacional”, disse a presidente da Upam. A castração evita a procriação indesejada por parte dos donos de animais, reduzindo o número de cães e gatos errantes.
Estima-se que haja no estado de São Paulo um cão para cada quatro habitantes e um gato para cada 15, o que significaria uma superpopulação de 50 mil cães e 14 mil gatos em Marília.
De acordo com o coordenador de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses, Lupércio Lopes Garrido Neto, mais de 60% da população canina é domiciliada, ou seja, restrita à residência do proprietário; mas “é justamente essa maioria, somada aos animais semi-domiciliados (os que têm livre acesso às ruas, em especial gatos), que acaba gerando crias indesejáveis”.
Quanto aos cães de rua, vivendo em estado de abandono, Garrido afirmou que eles constituem menos de 0,2% da população canina total, e pelo nível de risco a que se encontram expostos, têm uma expectativa de vida e reprodução muito baixas.
Entre os agravos decorrentes do número excessivo de animais, estão a proliferação de doenças entre eles e os homens, a poluição ambiental e sonora, os acidentes de trânsito, as agressões às pessoas, além da situação de maus tratos a que são submetidos.
Fonte: Jornal da Manhã (acessado em 10/11/09)
