Já diz o ditado que é “melhor prevenir do que remediar”. Mas quando o assunto são bichos de estimação, a prevenção é mais séria, sinônimo de vida ou morte. Doenças como a leishmaniose, por exemplo, não têm cura e, por serem um risco à saúde pública, obrigam os donos a sacrificarem os pets contaminados. Menos graves, as infecções intestinais também são frequentes, especialmente em filhotes, sem falar na tosse dos canis, parvovirose, hepatite, entre outras.
Diante dessa infinidade de doenças, a única forma de proteger a saúde de cães e gatos é a vacinação. Tânia Parra Fernandes, responsável pelo setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Metodista de São Paulo, explica que os pets devem ser vacinados ao longo de toda a vida, até mesmo na velhice. “Vacinas contra raiva e giárdia devem ser administradas uma vez ao ano nos cães a partir dos quatro meses, até o final da vida”, diz. Segundo ela, é recomendável aos cães que vivem próximos a terrenos baldios ou em contato com ratos tomar a vacina semestral contra leptospirose.
Antes dos quatro meses, o cão deve tomar uma vacina específica, conhecida como V10. A veterinária explica que, como a partir dos 60 dias o animal é desamamentado e deixa de receber os anticorpos da mãe pelo leite, seu sistema imunológico fica desprotegido. É nesse sentido que age a vacina, reforçando a saúde do cão até que ele produza seus próprios anticorpos.
“A V10 deve ser aplicada três vezes, com intervalo de 21 a 30 dias, e protege o animal contra a parvovirose, cinomose, tosse dos canis, hepatite infecciosa canina, leptospirose e adenovírus, entre outras doenças”, afirma.
Vacinação em felinos
Apesar dos bichanos terem a fama de serem fortes e resistentes, eles também precisam se proteger de uma infinidade de doenças, que vão desde a raiva até rinotraqueíte, calicivirose e panleucopenia, doença que causa febre, falta de apetite, desidratação e até mesmo depressão. Conhecida como V3, a vacina combate todas essas doenças, enquanto a V4, inclui na lista a proteção contra leucemia. Apenas a raiva não está incluída, e deve ser combatida com vacina específica aos quatro meses de vida.
Tânia chama atenção ainda para um problema pouco falado sobre os felinos, uma reação à vacina antirrábica que gera um câncer de pele no local onde o medicamento foi aplicado. O problema não atinge todos os gatos, mas, como há o risco de acontecer, recomenda-se que a vacina seja aplicada bem próxima à cauda ou na extremidade dos membros.
“É triste o caso, mas, se o tumor aparecer, o médico tem a opção de amputar a cauda ou extremidade afetada, o que não seria possível se a vacina fosse aplicada em outro local”, diz ela.
A médica ressalta também a importância do diálogo entre dono e veterinário. O especialista precisa saber se há mais de um animal convivendo na casa, se saem da residência para passear ou estiveram em alguma área de risco. “Existem casos de pessoas que têm apenas um gato, moram em apartamento e nunca o deixam sair. Sendo assim, não chega a ser necessário a vacina antirrábica ou a V4, por exemplo, já que o risco de ele contrair raiva ou leucemia sem ter contato com outro animal ou sair de casa é quase nulo”, explica Tânia.
Já em residências onde vivem mais de um gato ou mais de um cão, a veterinária alerta que todos os animais devem ser vacinados anualmente.
Fonte: PetMag (acessado em 26/02/10)