Após mortes em série, gatos deixam de passear em bairro de SP

Tom, Felipe e Isadora, de apenas
três meses, andam cabisbaixos e com o olhar triste. Estavam em fase de
amamentação quando perderam a mãe, Vivi, encontrada
morta, há duas semanas, no quintal da casa onde vivem, no Campo Belo, zona
sul, pela dona dos gatinhos, a artesã Martha Christina Campos de Araújo, 52.
Suspeita-se que Vivi seja mais uma vítima de um "serial killer" que
atua nas imediações da rua Unapetinga.
"Estou com medo", afirma a artesã. "Você não tem noção do
quanto é doído."
Vivi foi o quinto animal que Martha perdeu naquela semana pós-Páscoa. Segundo
a necropsia, a gata morreu em decorrência de um "colapso
respiratório", causado, possivelmente, pela presença no estômago de um
"agente tóxico do grupo dos carbonatos", popularmente conhecido
como "chumbinho".
A primeira vítima foi Bombom, achada morta dentro da piscina vazia. Martha
enrolou a gatinha em uma toalha e chamou a polícia. No dia seguinte, os
corpos de Tuty, Minie e Babi foram encontrados em uma casa da vizinhança. Vivi
foi a última vítima.
Todos os animais tinham marcas de sangue e sinais de envenenamento. Outras
duas gatas da artesã, Princesa e Bambina, estão desaparecidas. "Tenho
certeza de que estão mortas", lamenta Martha, que mora sozinha com seus
dez bichanos -eram 17- em uma casa de três andares.
Os que restaram vivem confinados. Martha planeja colocar uma tela nos fundos
de sua casa para que os animais não deem mais suas
voltas pelas ruas do bairro. "Virou neurose. Agora, ninguém mais
sai."
O caso foi registrado no 27º DP, e um inquérito policial, instaurado.
"Estamos fazendo investigações e, por meio de denúncias, vamos tentar
descobrir quem é o autor dos crimes", diz o delegado Ubiracyr
Pires da Silva, 64.
Em um ano, foram 35 mortes por suspeita de envenenamento no bairro, famoso
pela alta concentração de cães. Somente Martha perdeu 12 animais de estimação
desde maio do ano passado, quando a siamesa Cindy foi encontrada pelo vigia.
"Esticada, com baba e sangue pela boca", descreve a artesã.
"Ficou comigo exatos quatro meses e foi feliz."
Uma situação semelhante viveu a família do defensor público Sérgio Wagner Locatelli, 45. Um de seus gatos, Barão, morreu em maio do
ano passado, o que também o obrigou a colocar uma tela no quintal de casa
para que os sete que ali vivem hoje não saiam mais. Caso o autor dos crimes
seja descoberto, Sérgio vai ingressar com uma ação por danos morais porque
seu filho, João Victor, 10, ficou muito abalado com a morte do animal.
"Ele chorou durante três dias."
A corretora de seguros Analice Steiner
Fruet, 56, também teve uma gata morta, Rebeca, com
suspeita de envenenamento. "Ela passou por uma epopeia,
teve de ser operada quando a adotamos", lembra Analice,
que enterrou Rebeca no quintal da casa, onde hoje vivem oito gatos. "A
gente acolhe, e eles acabam fazendo parte da família."
A corretora optou por não prender os bichanos. Mas se vale de uma tática,
como explica o marido, Flávio França Pinto, 59: "Sempre procuro
deixá-los bem alimentados". O objetivo é evitar que os animais comam na
rua. "Mas é difícil segurar os gatos."

Fonte:
Folha Online, acesso em 05/05/2009

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