Saiba como proteger seus cães da Leptospirose

As torrenciais chuvas na cidade de São Paulo têm preocupado as autoridades e a população, não apenas por causa dos desabamentos e inundações, mas também devido ao risco de leptospirose. A água das enchentes leva a urina e fezes de ratos contaminados pelas ruas e calçadas, possibilitando o contágio de seres humanos e também de seus animais de estimação.

O veterinário Marcos Fernandes, coordenador do curso de homeopatia veterinária da Anclivepa-SP – Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, explica que a época de chuvas é, sem dúvida, o período de maior incidência de novas contaminações e que portanto, os cuidados com os totós devem ser redobrados. “Cães que costumam nadar ou brincar nas poças de água contaminada correm sérios riscos, principalmente porque não é preciso nenhuma ferida para que a bactéria Leptospira possa se alojar na pele do animal”.

Curiosamente, os gatos são imunes à doença, mas os cães não têm a mesma sorte. Os sintomas de um cachorro doente são vômito, diarréia, apatia, febre e falta de apetite. Em quadros mais avançados, surge um tom amarelado na pele e mucosas, além da urina de coloração escura (cor de café) e vômitos com sangue. Em alguns casos de infecção leve, Mário Marcondes, médico veterinário e diretor do Hospital Veterinário Sena Madureira, explica que os sintomas podem demorar a aparecer, dificultando o diagnóstico. “Nessas situações, o risco de transmissão da doença para outros animais aumenta, pois o animal, mesmo sem manifestar sintomas específicos, elimina a bactéria Leptospira na urina e secreções.”

Fernandes ressalta ainda que a doença é tão grave que chega a atingir os rins e fígado, causando insuficiência renal e até levar à morte. É justamente por isso que aos primeiros sinais da doença, ou se o cão teve o histórico de contato com água contaminada, é importante que seja levado a um veterinário. “O diagnóstico é confirmado por meio de uma sorologia para Leptospira, um exame que detecta a presença da bactéria no sangue do animal”.

Prevenção e tratamento

Sobre as diversas formas de contágio, o médico explica que qualquer tipo de secreção de ratos infectados pode contaminar cães, principalmente os filhotes, por serem mais sensíveis e com o sistema imunológico mais fraco. Nesses casos, a vacina V8 é extremamente necessária, a partir dos 45 dias do filhote, para a prevenção e proteção dos pequenos.

Já no caso dos adultos que vivem em apartamentos, é recomendável fazer a prevenção com vacina específica contra leptospirose anualmente, enquanto animais que vivem em casas e que são expostos a poças de água e enchentes, ou que moram perto de locais com ratos, a vacina deve ser administrada semestralmente.

Os especialistas também orientam que a água contaminada não é a única forma de transmissão da doença. Eles chamam a atenção para donos que deixam pacotes de ração abertos ou ainda, o alimento do cão descoberto durante a noite dentro de casa. “Os ratos geralmente urinam e defecam em cima da comida logo após comerem, então, para prevenir que os cães venham a comer o alimento contaminado, é indicado retirar o pote de ração assim que ele terminar”, explica Marcondes.

Cães que têm o costume de caçar roedores pelo quintal também correm riscos de contaminação. Nesses casos, o veterinário orienta que um adestramento básico seja feito com o animal, com o objetivo de evitar o comportamento, além de procurar eliminar os focos de roedores em casa. Não acumular lixo e tampar ralos ou bueiros também são formas de prevenção. Isso porque o tratamento acaba sendo muito mais penoso do que prevenir, sem contar que, dependendo da gravidade, pode não surtir mais efeito em casos já avançados.

Marcondes explica que o tratamento é feito com antibióticos, fluidoterapia, antieméticos (medicamentos contra náuseas e enjôos), protetores de mucosa entre outras medicações de suporte, indicadas para controlar os sintomas, mas chama a atenção que a doença é bastante grave e pode ser fatal.

Hamster transmite leptospirose?

Para finalizar e tranquilizar os donos de hamsters, porquinhos-da-índia, chinchilas e companhia, Fernandes explica que os bichinhos não são transmissores de leptospirose, já que foram criados longe de bueiros e focos da doença. Os pets de modo geral também não passam a doença para seus donos, com raras exceções, como explica o especialista. “No mundo, houve apenas dois casos de cães que passaram leptospirose para os seus donos. De qualquer forma, a orientação é que eles sempre manuseiem seus bichos com luvas”, conclui.

Fonte: PetMag (acessado em 29/01/10)

Relacionadas

imagem de pessoas posadas durante a premiação
imagem de seis pessoas posadas para foto, no evento Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde na Perspectiva da Uma Só Saúde
Imagem de frangos em gaiolas, prontas para serem abatidos.
imagem de uma tela de computador com texto DT-e

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40. 

DPO do CRMV-SP: Zanandrea Freitas – zanandrea.dpo@crmvsp.gov.br