A ONG Pró-Animal (União pela Conscientização Ambiental e Preservação da Vida) lança neste dia 5 de outubro a campanha “Silvestre não é Pet”. A iniciativa, que tem apoio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e da World Society for the Protection of Animals (WSPA), será apresentada durante o evento “Lugar de Animal Silvestre é na Natureza”, que será realizado na Universidade Aberta do Meio Ambiente e cultura de Paz (Umapaz), em São Paulo.
A campanha tem como objetivo conscientizar a população a não comprar animais silvestres. O trabalho vai mostrar como os maus tratos sofridos pelos animais durante a captura e o prejuízo que a ação traz ao meio ambiente.
Durante o evento, defensores de animais e ambientalistas de todo o País vão alertar sobre os problemas decorrentes da manutenção de animais silvestres como iguanas, cobras, papagaios, jabutis e saguis em cativeiro doméstico. “Muitos não sabem, mas quem adquire uma ave silvestre, um primata ou mesmo um réptil prejudica não só a natureza, mas também os próprios animais. Além disso, pode colocar em risco a sua própria saúde”, afirma a coordenadora técnica da Pró-Animal, Angela Branco.
Entre os problemas gerados pela captura e pelo tráfico de animais silvestres estão a extinção de espécies, a introdução de espécies invasoras que prejudicam as nativas e outros riscos relacionados a doenças e prejuízos ao meio ambiente.
“Por desconhecimento, muitas vezes as pessoas acabam induzindo um modismo de transformar animais em produto de consumo ou mesmo destacando pessoas que mantém esses animais em sua companhia”, afirma Angela.
Biodiversidade em São Paulo
A Secretaria do Verde divulgou, neste ano, uma listagem com 700 espécies de animais silvestres observadas em áreas verdes na capital paulistana. A listagem é o ponto de partida para a elaboração de planos de manejo e de conservação de áreas verdes, sendo importante ferramenta para o monitoramento ambiental. O Inventariamento Faunístico em Áreas Verdes do Município de São Paulo é realizado pela Divisão de Fauna da Secretaria desde 1993.
As regiões estudadas englobam 81 áreas dentro do município de São Paulo, incluindo as áreas de proteção ambiental (APAs) Capivari-Monos e Bororé-Colônia, parques municipais e estaduais, parques lineares e outras áreas verdes de interesse. Foram computadas 700 espécies, uma riqueza surpreendente para a cidade mais populosa da América do Sul. As espécies estão distribuídas em três grupos de invertebrados e cinco grupos de vertebrados.
Considerando as espécies ameaçadas no Estado de São Paulo, listadas no Decreto Estadual n° 53.494, de 2008, 30 espécies da fauna da cidade estão ameaçadas de extinção, 22 estão quase ameaçadas e 13 apresentam dados insuficientes. Das 23 espécies de peixes, 17 (74%) são nativas e seis (26%) são espécies exóticas introduzidas no Brasil. No grupo dos anfíbios, ocorrem 45 espécies. Dessas, 27 (60%) são endêmicas da Mata Atlântica, e uma é exótica introduzida.
Fonte: O Noticiado (acessado em 05/10/10)