Um estudo feito por cientistas nos Estados Unidos alerta para a ocorrência de uma possível sexta extinção de espécies em massa. O artigo, publicado na revista Nature e divulgado na última quinta-feira (03) pela Agência Fapesp, levanta a hipótese de que a Terra pode estar se aproximando de um episódio semelhante aos que ocorreram nos períodos Ordoviciano, Devoniano, Permiano, Triássico e Cretáceo, quando dinossauros e outros animais foram extintos.
Segundo o estudo, cerca de 99% das espécies da Terra deixaram de existir nos últimos 3,5 bilhões de anos. Mas, apesar de impressionar, o número não revela nada de anormal e demonstra como a extinção de espécies é algo comum e equilibrado pelo próprio processo evolutivo que formam as espécies. No entanto, eventualmente esse balanço deixa de existir quando as taxas de extinção se elevam. Em alguns momentos, as taxas são tão altas que o episódio se caracteriza como uma extinção em massa. “Nos últimos 500 anos, por exemplo, das 5,5 mil espécies de mamíferos conhecidas, pelo menos 80 deixaram de existir”, afirmam os cientistas.
Os autores da pesquisa, entre eles o brasileiro Tiago Quental, explicam que os paleontólogos caracterizam como extinções em massa os episódios em que a Terra perde mais de três quartos de suas espécies em um intervalo geológico curto, como ocorreu apenas cinco vezes nos últimos 540 milhões de anos. Agora os biólogos sugerem que uma sexta extinção em massa possa estar ocorrendo, por conta das perdas de espécies conhecidas nos últimos séculos e milênios.
“Se as espécies atualmente ameaçadas, aquelas classificadas oficialmente como em risco crítico, em risco ou vulneráveis, realmente se extinguirem, e se essa taxa de extinção continuar, a sexta extinção em massa poderá chegar tão cedo quanto de três a 22 séculos”, diz o curador do Museu de Paleontologia, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley e principal autor do estudo, Anthony Barnosky.
Entretanto, segundo os autores do estudo, não é tarde demais para salvar muitas das espécies em risco. “Ainda temos muita biota da Terra para salvar. É muito importante que direcionemos recursos e legislação para a conservação de espécies se não quisermos nos tornar a espécie cuja atividade causou uma extinção em massa”.
Fonte: Globo Rural (acessado em 10/03/11)