Cites elogia Brasil no rastreamento de comércio ilegal de animais silvestres

A Convenção das Nações Unidas sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (Cites) anunciou que quer implantar um novo sistema eletrônico único de emissão de licenças. O dispositivo poderia ser acessado de várias partes do mundo. A proposta foi debatida num encontro da ONU, realizado na Nicarágua, com especialistas de diversos países latino-americanos incluindo o Brasil. O sistema de rastreamento brasileiro foi citado como exemplo na reunião.

De acordo com o coordenador de equipe da Cites, Marcos Silva, atualmente é muito fácil falsificar as licenças que estabelecem se uma espécie animal ou planta pode ou não ser exportada. Segundo ele, as falsificações são muito comuns nos países da África. Em entrevista à Rádio ONU, no retorno a Genebra, Marcos Silva falou sobre o projeto. “Nós estamos fazendo um plano regional para a América Latina para conferir se podemos implementar esse sistema. O que é interessante é que o Brasil tem um sistema muito avançado e, como parte desse projeto, o País disponibilizou sua tecnologia às nações que precisam de ajuda para implantar esse tipo de sistema”, afirma ele.

Marcos diz que é muito difícil contabilizar o comércio ilegal, mas que pesquisadores da área acreditam que somente o tráfico de armas e de drogas sejam maiores que a atividade. O policiamento desse tipo de crime também é complicado, principalmente em países onde o sistema judicial e de multas é fraco em relação a essas ofensas.

“É tão difícil quanto policiar atividades de drogas. Nós sempre pensamos que é o turista que chega com alguma coisa, mas o perigo real são as máfias organizadas. Você também está falando em espécies economicamente significativas, como por exemplo, o caviar. A organização de crimes e o pouco policiamento faz com que essa seja uma atividade ilegal que dá muito lucro e pouco risco de apreensão”, diz Marcos.

O contrabando de animais e plantas gera bilhões de dólares, segundo a Cites, e coloca várias espécies em risco de extinção.

Fonte: EcoAgência (acessado em 04/07/2011)

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