O governo pode ser obrigado a incentivar campanhas contra o uso de peles de animais na confecção de roupas caso o projeto de lei (PL 689/11) do deputado Weliton Prado (PT) seja aprovado. O objetivo do PL é fazer com que a sociedade seja sensibilizada sobre a necessidade da integração entre a moda e o meio ambiente, mostrando alternativas ao uso de pele animal.
A especialista em moda pelo Instituto Milan Fashion Campus, Ana Paula Ramalho, é a favor das campanhas de conscientização, mas acredita ser importante pensar no mercado de pele animal do Brasil que, segundo ela, é um dos maiores do mundo. “Tem essa importância da população em si entender sobre o produto que está sendo comercializado, como ele é produzido, confeccionado. Mas isso precisa ser feito de maneira que não atrapalhe o mercado brasileiro. Porque querendo ou não, ele tem impacto muito forte na economia do país. Eu sou a favor de um consumo consciente, de as pessoas terem a possibilidade de escolher se elas vão adquirir ou não determinado produto.”
Relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça, o deputado Márcio Macêdo, do PT de Sergipe, defende que não há mais espaço para utilização de pele animal em vestuário. Para ele, é necessário que as campanhas de sensibilização tornem-se parte da política de educação ambiental do Brasil.
“As campanhas podem ser tanto de educação ambiental informal, realizadas pelas ONGS, pelos movimentos sociais, quanto pela educação formal. Os movimentos ambientalistas já exercem um papel de fiscalização muito eficiente. O que falta é a formalidade na legislação. Isso aumentaria a eficácia do que hoje uma parte da sociedade já faz.”
Outro projeto de lei (PL 684/11) sobre o tema, também do deputado Weliton Prado, tramita na Casa. Ele torna crime o uso de peles de animais em eventos de moda no Brasil e aguarda votação em plenário. Enquanto isso, a proposta que prevê incentivo do poder público a campanhas contra o uso de peles de animais em roupas ainda será analisada pelo Senado.
Fonte: Portal do CFMV.