Presidente da Comissão Nacional de Animais Selvagens alerta para a necessidade de conscientização ambiental diante do aumento do número de queimadas

Os riscos causados pelos incêndios ilegais e a séria ameaça por que passa a biodiversidade no Brasil e no mundo são um grave sinal de alerta que não pode mais passar despercebido pela sociedade. Ao se deparar com estatísticas recentes divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam um aumento de 65% do número de queimadas no Brasil entre janeiro e setembro de 2014, na comparação com o mesmo período do ano passado, o presidente da Comissão Nacional de Animais Selvagens, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Rogério Lange, afirma: “É preciso um intenso trabalho de educação ambiental, a fim de explicar a população que as queimadas ilegais trazem danos não somente ao meio ambiente, mas também aos animais selvagens”.

Ele explica que, normalmente, os animais vítimas desse crime ambiental se deparam com dois desfechos: a morte ou a migração para os centros urbanos. Segundo o Inpe, órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), nos últimos nove meses, foram registrados, via satélite, 114.151 queimadas em todo o território nacional, número que quantifica as ocorrências provocadas não apenas por motivos como o período de estiagem, mas também por motivação ilegal. É o que acontece, por exemplo, no Distrito Federal. Dados divulgados recentemente pelo Corpo de Bombeiros mostram que 70% dos casos no DF é resultado da intervenção humana.

Rogério explica que, quando as queimadas são naturais de uma região, os animais se adaptam a elas. “O problema é quando os incêndios são ilegais, ocasionados pela ação do homem”, afirma. Ele conta que, surpreendidos por incêndios propositais, os animais, muitas vezes, acabam morrendo incinerados ou fugindo para buscar abrigos em áreas como os centros urbanos. É o que aconteceu, por exemplo, no último dia 23 de setembro, quando uma onça suçuarana foi encontrada por um pedreiro que trabalhava em uma obra em Goiânia (GO). Um dia antes, uma jiboia de 1,3m apareceu na zona rural de Anápolis (GO), a 55 km da capital de Goiás. Em ambos os casos, o Corpo de Bombeiros suspeita que os animais tenham sido “expulsos” de seu habitat natural pelas queimadas.

Diante da atual situação, Rogério entende que a conscientização coletiva é um dos caminhos contra este crime ambiental. Lange enumera alguns animais selvagens considerados as maiores vítimas. “As onças pintadas, os tamanduás, os tatus, os cachorros e os gatos do mato, além de pássaros e cobras de diversas espécies, são os que mais sofrem com as queimadas ilegais, muitas vezes iniciadas antes da colheita manual para facilitar o corte das matas ou para capinar o solo; assim, os animais acabam migrando em busca de abrigo nas cidades”, revela.

O que fazer

Caso encontre um animal selvagem em áreas urbanas, avise imediatamente a Polícia Ambiental (190) ou o Corpo de Bombeiros (193) de seu Estado. “Nossa orientação é que a pessoa se distancie do animal para não assustá-lo. Um animal nessas condições está acuado e só irá atacar se sentir que corre perigo. Não bata e não tente atingi-lo”, ensina o presidente da Comissão Nacional de Animais Selvagens do CFMV.

Fonte: Portal do CFMV.

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