Aquicultura brasileira cresce 123% na última década e gera oportunidade para os profissionais

Um estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura revela que a aquicultura brasileira cresceu 123% na última década. O levantamento, apresentado na conferência do International Institute of Fisheries Economics and Trade (IIFET), na Escócia, mostra como a produção nacional de organismos aquáticos passou de 257 mil toneladas anuais para 574 mil toneladas entre 2005 e 2015. Atualmente, o Brasil registra a 14ª maior produção aquícola do mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

De acordo com a sondagem feita pelos pesquisadores Manoel Pedroza, Andrea Muñoz, Roberto Flores e Eric Routledge, o crescimento da produção está ligado ao aumento da demanda por pescado no mercado nacional, que registrou taxas de crescimento anuais superiores a 10% no mesmo período analisado.

A maior procura pelo produto teria levado a novos investimentos no setor, resultando na chegada de novas empresas, na profissionalização e na intensificação tecnológica da aquicultura nacional. O aumento na escala de produção também tem sido provocado por iniciativas por parte dos próprios produtores, que passaram a se organizar em cooperativas, associações e outros modelos produtivos alternativos, reduzindo o custo de criação.

Para o presidente do Grupo de Trabalho de Aquicultura do Conselho Federal de Medicina veterinária (CFMV), Eduardo de Azevedo, outros fatores também influenciam o sucesso da aquicultura no Brasil, como a desburocratização do licenciamento ambiental, o investimento em sistemas de integração, similares aos já usados na avicultura e na suinocultura, e as recentes políticas públicas com programas específicos para a aquicultura, incluindo a cessão de águas da união, o financiamento de produção e o incentivo tributário.

“O médico Veterinário e o Zootecnista também são importantes atores nesse processo, pois trabalham com melhoramento genético, com a sanidade dos animais e a redução de perdas na produção”, ressalta. Na opinião de Azevedo, os produtores têm reconhecido o papel do médico Veterinário no manejo sanitário e na assistência técnica para a aquicultura, orientando sobre boas práticas e protocolos de profilaxia.

“Com certeza esse é um bom mercado, e a demanda só aumenta para profissionais qualificados. Mas a oferta de profissionais capacitados ainda é baixa”, avalia Eduardo. Ele afirma que a área, apesar de promissora, ainda é pouco explorada nos currículos dos cursos de graduação. Portanto, o médico Veterinário que procurar cursos de aperfeiçoamento em aquicultura deve ganhar destaque neste mercado.

Produção

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os peixes de água doce representam 84% da produção aquícola do país. A aquicultura marinha responde por 16% da produção total, sendo composta em sua maioria pela criação de camarões (12%) e de ostras, vieiras e mexilhões (4%).

A tilápia é o tipo de peixe mais produzido no Brasil, respondendo por 38% da aquicultura nacional. A espécie mais popular no país é a tilápia-do-nilo, originária da África e conhecida por ser bastante resistente a condições adversas. Esse peixe também é bem recebido no mercado.

De acordo com Eduardo de Azevedo, a criação desse tipo de peixe é alvo de pesquisas no Brasil e no exterior, inclusive de melhoramento genético, tornando a produção dessa espécie uma opção bastante atrativa para o mercado. “O setor cresceu principalmente nas partes que já têm um pacote tecnológico mais avançado, em que já se conhecem as doenças e já têm o melhoramento genético feito”, exemplifica o médico veterinário.

Espécies nacionais como o tambaqui e o pirarucu, embora apresentem resultados notáveis, carecem de mais pesquisas para atingir o seu potencial produtivo. A pesquisa da Embrapa mostra, por exemplo, que o pirarucu apresenta um bom rendimento e receptividade do mercado, mas que sua cadeia produtiva é prejudicada pelo alto preço dos alevinos. “Quando os desafios tecnológicos relacionados à reprodução forem superados, consequentemente haverá maior disponibilidade de alevinos e o custo desse insumo cairá, melhorando a viabilidade econômica do cultivo do pirarucu”, acredita o pesquisador Manoel Pedroza.

Fonte: Ascom CRMV-MT.

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