Examiná-las durante as brincadeiras e manter consultas periódicas ao médico-veterinário são medidas que ajudam no diagnóstico precoce, mas a castração ainda é a única forma de prevenção
Se você tem uma gata ou uma cadela de estimação, saiba que, assim como as mulheres, elas também podem desenvolver um câncer mamário. Por isso, é fundamental que você, tutor, palpe as mamas dos pets e mantenha as consultas regulares ao médico-veterinário.
Presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP, o médico-veterinário Rodrigo Mainardi comenta que se trata de um hábito simples que pode salvar a vida de um animal de estimação. “Quando o tutor observa com frequência as mamas de sua gata ou cadela, a probabilidade de ele detectar qualquer alteração antes que o quadro evolua para uma piora é muito maior.”
Ele ressalta que, além de manter a disciplina com as consultas periódicas ao médico-veterinário, também é imprescindível procurar o profissional imediatamente caso seja encontrado algo considerado fora da normalidade.
“Pode se manifestar como nódulos, que podem ou não serem avermelhados, dolorosos ou até com feridas”, explica a Dra. Mirela Tinucci, conselheira suplente do CRMV-SP. Ela frisa, porém, que o câncer de mama pode não apresentar sintomas, principalmente no início do problema.
Tratamento cirúrgico
Uma vez detectado o nódulo no exame físico feito pelo médico-veterinário, iniciam-se as coletas de materiais biológicos (biópsias) e exames de imagem (como ultrassonografia), principalmente para a detecção de possíveis metástases.
O presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP argumenta que a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais principalmente pelo fato de que 90% dos casos precisam ser tratados de forma cirúrgica. “Nesse contexto, quanto menor o tumor, maior a chance de sucesso no tratamento”, diz Rodrigo Mainardi.
Além de operações, eventualmente o animal também pode precisar de quimioterapia ou radioterapia, o que pode debilitar ainda mais o animal.
Não deixe de tratar o seu pet
Por ser um tratamento delicado e pela gravidade do diagnóstico, é comum que os tutores de animais mais velhos, já na fase idosa, não queiram submeter seus pets a cirurgias. A escolha, embora manifeste o desejo de proteger ou amenizar o sofrimento dos animais, pode representar um grande risco. “Independentemente da idade da cadela ou gata, salvo raras exceções, os tumores precisam ser removidos o quanto antes”, frisa Mainardi.
Castração: sinônimo de prevenção
É comprovado cientificamente que a castração – quando feita a partir da retirada do útero, trompas e ovários (chamada na Medicina Veterinária de ovariossalpingohisterectopia) – previne o surgimento de câncer nas mamas. Isso porque os hormônios são grandes influenciadores para o aparecimento desses tumores e, com a castração, a liberação de hormônios dos ovários é interrompida. Também por essa liberação hormonal por parte dos ovários, quanto mais tarde a fêmea for castrada, menor será a porcentagem de prevenção.
“De acordo com o Colégio Americano de Cirurgiões Veterinários, o risco de uma cadela ter um tumor mamário é reduzido a 0,5% se ela for castrada antes de entrar em seu primeiro, o que ocorre por volta de seis meses de idade. Passado esse primeiro cio, as chances saltam para 8% e podem atingir 26% em castrados depois do segundo cio”, comenta Rodrigo Mainardi, presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP.
Texto: Assessoria de Comunicação CRMV-SP