O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) manifesta seu repúdio à coluna da bióloga Natalia Pasternak publicada no jornal “O Globo”. Intitulado “Acupuntura para Bicho, Não”, o texto critica a acupuntura veterinária de maneira infundada e sem considerar as evidências científicas e o reconhecimento da especialidade pelo Sistema CFMV/CRMVs.
A acupuntura veterinária é uma prática reconhecida por organizações internacional, como o Internacional Veterinary Acupunture Society (IVAS) e a World Association of Tradicional Chinese Veterinary Medicine (WATCVM).
No Brasil, a prática é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) desde 2014, por meio das resoluções nº 1.051 e nº 1.294, e é uma das especialidades com o maior número de médicos-veterinários com título de especialista.
A entidade habilitada pelo CFMV para emissão de títulos de especialistas em território nacional é a Associação Brasileira de Acupuntura Veterinária (Abravet) e, por isso, o CRMV-SP presta apoio ao posicionamento emitido pela entidade (LEIA NA ÍNTEGRA), o qual esclarece as bases científicas e o reconhecimento desta prática.
Estudos na área avançaram significantemente nos últimos 20 anos e comprovam os efeitos terapêuticos da acupuntura no tratamento de condições crônicas, recuperação pós-operatória, e reabilitação motora e sensorial dos animais. São evidentes as melhoras na mobilidade e no alívio da dor observadas não apenas por tutores, mas comprovadas por médicos-veterinários em avaliação clínica com critérios objetivos.
Adaptação, segurança e aplicabilidade
A acupuntura em animais só pode ser realizada por médicos-veterinários e é adaptada às particularidades anatômicas e fisiológicas de cada espécie. Na Medicina Veterinária são utilizados mapas de acupontos específicos para animais com base em estudos científicos e clínicos que fazem a correlação dos chamados meridianos, onde estão localizados os principais pontos de acupuntura, com o sistema nervoso periférico.
A prática não substitui tratamentos convencionais, mas é uma terapia complementar e integrativa que pode reduzir a necessidade de medicamentos mais fortes que trazem efeitos colaterais ou que podem comprometer um organismo debilitado por doenças renais, hepáticas e até mesmo câncer. Além disso, a acupuntura é minimamente invasiva e de baixo risco, especialmente quando realizada por profissionais capacitados.
O CRMV-SP reconhece a relevância da técnica não apenas no tratamento de diversas doenças, mas também no cuidado paliativo, promovendo mais qualidade de vida aos pacientes, e reitera seu compromisso com a defesa da Medicina Veterinária baseada em evidências.