Bombeiros de quatro patas: cães têm papel fundamental em resgates

Animais são treinados para localizar vítimas de desmoronamentos e desaparecidos em matas
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Alberto Takaoka Sargento Clóvis, recompensando a cadela Milka, que localizou operários sob lajes em desabamento, em São Paulo (2013)

Nesta semana, em que se comemora o Dia do Bombeiro Brasileiro (2 de julho), além dos homens que vestem a farda da corporação, os cães também merecem grande reconhecimento, por desempenharem função importante em resgates.

A partir do potencial do faro inerente à espécie, os animais são treinados para encontrar vítimas em casos de desmoronamento ou deslizamento de terra e também em situações de pessoas desaparecidas.

“Enquanto os homens têm cinco milhões de células olfativas, os cães possuem, em média, 200 milhões”, comenta o médico-veterinário Rodrigo Mainardi, presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais, do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

O médico-veterinário Carlos Augusto Donini, conselheiro no CRMV-SP, argumenta que essa capacidade pode ser ainda maior, dependendo da raça. Destacando-se Golden Retriever, Labrador, Pastor Alemão, Pastor Belga de Malinois, Bloodhound, Beagle e Bassethound. “Há séculos essas raças foram mantidas e reproduzidas para caça, por que identificavam a ‘pista da presa’ pelo olfato aguçado.”

Direção do odor

Outro fator que os médicos-veterinários ressaltam e que influencia nesse potencial é a capacidade que os cães têm de movimentar suas narinas de forma independente uma da outra, o que possibilita distinguir de qual direção vem o odor.

“Com isso, conseguem segregar 20 odores diferentes simultaneamente, habilidade que é ainda mais estimulada com condicionamento técnico e adestramento especializados”, afirma Donini, ressaltando que, dessa forma, os cães podem identificar partículas de gases, substâncias químicas e biológicas, resíduos de cadáveres (mesmo incinerados) e até corpos submersos.

Eficiência nas operações

De acordo com o sargento Clóvis B. de Souza, do Canil Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, essas capacidades permitem que o animal vá eliminando trechos de áreas de busca em uma ocorrência, por exemplo, tornando as operações muito mais eficientes.

“Isso aumenta as chances de resgate de vítima com vida, pois enquanto 20 homens, vasculhando uma área pequena, levariam em torno de uma hora para localizar uma pessoa, um único cão conseguiria encontrar a vítima em aproximadamente 20 minutos em um trecho do mesmo tamanho”, afirma o sargento.

Outra habilidade do cachorro é a audição. Enquanto humanos percebem sons entre 16.000 e 20.000 hertz, cães ouvem até 40.000 hertz

(Carlos Augusto Donini)

Treinamento complexo

Diferentes dos cachorros de faro de polícias, preparados principalmente para identificar substâncias entorpecentes e materiais explosivos, os do Corpo de Bombeiros aprendem a reconhecer o odor das células humanas, o que significa desenvolver uma habilidade ainda mais aguçada, uma vez que o cheiro do corpo humano pode variar de acordo com sexo, idade e até hábitos de vida das vítimas.

“Os odores mudam de homem para mulher, de idoso para criança, e de pessoas que fumam, consomem bebidas alcoólicas ou fazem uso de drogas para as que não possuem esses hábitos. Todos esses fatores tornam mais difícil o treinamento dos cães, que pode chegar a um ano e meio”, explica o sargento.

O Corpo de Bombeiros aplica técnicas baseadas em brincadeiras para instigar os cães, não só no quartel, mas em matas e escombros

 

Outra técnica é expor os cães ao máximo de pessoas, focando a variação de odores com a qual podem se deparar em ocorrências reais

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