Comissão Nacional de Alimentos do CFMV esclarece dúvidas sobre abscessos nas carnes

O governo brasileiro se reúne esta semana em Washington, nos Estados Unidos, com autoridades sanitárias americanas para discutir as medidas de controle adotadas depois que foram detectados abcessos na carne bovina in natura exportada ao país.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou, na semana passada, aos frigoríficos que carnes in natura de cortes dianteiros a serem exportados aos Estados Unidos sigam apenas na forma de recortes, cubos, iscas ou tiras. A medida visa facilitar as negociações para retomar as vendas para aquele mercado.

Depois das restrições impostas pelos Estados Unidos à carne brasileira, circularam na internet vídeos mostrando abscessos nas carnes, desde pequenos até grandes massas liquefeitas de material purulento.

Tais imagens evidentemente impactam as pessoas que acabam acreditando que estas carnes chegam ao consumo sem nenhuma atenção do poder público, que através do trabalho do Serviço de Inspeção Federal, deve garantir a segurança destes alimentos, tanto para o mercado interno como também para o externo.

A Comissão Nacional de Alimentos do CFMV esclarece que estes vídeos nem sempre tratam do mesmo assunto, muito embora a aparência da lesão seja parecida, como por exemplo, no caso de abscessos formados por lesões perfurantes que ocorrem nas propriedades ou mesmo no transporte dos animais.

O que foi verificado de fato e que representa o aumento do risco de aparecimento de lesões purulentas, são as vacinações que nem sempre obedecem aos cuidados das boas práticas de manejo animal e com isto, através de seringas contaminadas levam micro-organismos tanto para a camada subcutânea, como também nas mais profundas, dependendo de como foi realizado o procedimento.

Há que considerar também, que as vacinas, pela sua composição, podem causar reações no local da aplicação ou mais internamente, podendo se tornar abscessos, que se apresentam de vários tamanhos, podendo até a comprometer a região onde se encontra o nodo linfático examinado na rotina de inspeção no abatedouro.

Portanto, não se trata de um exame simples, pois não havendo sinais ganglionares ou lesões aparentes, fica difícil identificar no exame de rotina da inspeção estas formações.

Para a Comissão Nacional de Alimentos do CFMV, é fundamental que “os criadores que são os responsáveis pela produção primária da cadeia produtiva da carne, entendam que é preciso haver uma maior atenção nas épocas de vacinação evitando que os animais apresentem as lesões provenientes da má aplicação do produto, lembrando que não só as vacinas, mas outros medicamentos, como também os vermífugos”.

Cabe à inspeção redobrar a atenção na pesquisa das lesões, verificando possíveis aumentos de volume na musculatura, com palpações e observações na retirada da pele onde podem estar alojados tanto abscessos, como nódulos endurecidos sem acúmulo de pus.

A orientação ao consumidor é estar sempre atento e, caso encontre algo parecido com estes abscessos, deve solicitar a substituição do produto e evitar a perfuração, pois o material é contaminado e se for liquefeito, pode contaminar facas, mesas, as mãos do manipulador e a própria carne com facilidade e com riscos à saúde no caso do consumo da mesma.

Fonte: Portal do CFMV.

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