Comissões técnicas do CRMV-SP fazem mapeamento da saúde dos animais no Rio Grande do Sul

Médicos-veterinários atuam com orientação técnica e auxiliam na manutenção dos locais
Texto: Comunicação CRMV-SP / Foto: arquivo pessoal

Em apoio às vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul, membros de duas comissões técnicas do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) seguem atuando voluntariamente nas ações orientadas pelo Regional gaúcho. Nesta segunda etapa da missão, os médicos-veterinários atuam no mapeamento da saúde dos animais nos abrigos e na manutenção dos locais.

Nas últimas semanas, a equipe percorreu mais de vinte cidades, como as da Serra Gaúcha, Porto Alegre, Vale do Taquari, Muçum, e Cruzeiro do Sul, dentre outras, com o objetivo de revisitar os locais atingidos pelas enchentes para coleta de dados sobre as necessidades específicas de cada espaço. “Nosso objetivo é dar orientação aos responsáveis técnicos dos abrigos e propor melhorias para os órgãos públicos dos municípios, zelando pela dignidade, saúde e bem-estar dos animais”, explica Esther Mercedes Espejo de Faria Alvim, membro da Comissão de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres.

Durante encontro do Comitê de Crise criado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) para enfrentamento do estado de calamidade pública, o presidente do CRMV-RS, Mauro Moreira, falou que o período emergencial já passou, porém, os trabalhos devem continuar. “Agora começa uma nova fase, que é o de gestão e manutenção dos serviços prestados”, disse.

O presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais, Márcio Thomazo Mota, e o membro efetivo Paulo Côrte Neto, que integram o Comitê, participaram de encontro para balanço do primeiro mês de atuação, e reforçaram que o manejo dos animais tem sido uma das grandes preocupações dos profissionais. “Algumas cidades foram completamente devastadas e os acessos a essas regiões estão comprometidos. Em alguns municípios, não há clínicas ou postos para assistência aos animais atingidos. Por isso, a mobilização de médicos-veterinários voluntários para estes locais é muito importante”, reforça Márcio Mota.

Zoonoses

O crescimento de doenças transmitidas entre humanos e animais também é uma tendência após desastres como este, e, em alguns locais, já é possível observar casos de leptospirose, esporotricose e leishmaniose. “Nosso trabalho nos abrigos é levantar as necessidades dos animais, como vacinas, exames, rações, bem como as logísticas de higiene, de forma a evitar zoonoses”, enfatiza Paulo Côrte Neto.

O presidente do CRMV-SP, Odemilson Donizete Mossero, diz que, neste momento de desastre, é importante destacar a solidariedade demonstrada pela união do Sistema CFMV/CRMVs, que não só mobilizou doações, mas também disponibilizou profissionais para auxiliar nos resgates e atendimentos nos abrigos. “O trabalho realizado pelos médicos-veterinários voluntários é um exemplo de altruísmo e compromisso com o bem-estar animal e comunitário, e crucial para a reconstrução do estado. Seguiremos apoiando os colegas neste momento crítico”, disse.

Primeira etapa

As comissões técnicas do CRMV-SP envolvidas nas ações já entregaram relatório das atividades desenvolvidas durante a primeira convocação para apoio ao Regional gaúcho, que abrangeu o período de 6 a 16 de maio. Todas as atividades foram baseadas na Resolução nº 1.511 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e em suas diretrizes de abrigo.

Com o auxílio das comissões do CRMV-SP, foi criado um Grupo de Trabalho para Gestão de Crise, baseado no Sistema de Comando de Incidentes, o Cadastro de Médicos-veterinários Voluntários, organizado o cronograma de trabalho nos abrigos, e definidos os responsáveis pela logística, planilhamento e distribuição das doações recebidas pelo CRMV-RS.

Durante o período, foi realizado, ainda, o reconhecimento e mapeamento do cenário de crise, identificando as áreas mais afetadas e as necessidades imediatas. Também realizado o levantamento de abrigos para animais resgatados em nove municípios, sendo identificados 200 locais com mais de 10 mil animais. Foco especial no abrigo de Ulbra, onde foi organizado um sistema gerencial modelo.

Orientação

Na primeira etapa no Rio Grande do Sul, a equipe do CRMV-SP também auxiliou na definição do trabalho campo, principalmente em abrigo na cidade de Canoas, criado por voluntários. No local, foi elaborado o organograma de atuação nos seis galpões montados, separando as áreas de infectologia, os animais em tratamento, idosos e filhotes.

Foi recepcionado e instruída a montagem de um hospital veterinário de campanha, levado pela Prefeitura de São Paulo. O grupo também se mobilizou para organizar as farmácias e as doações recebidas de ração, acessórios e insumos veterinários.

Foram realizadas orientações para adestradores, responsáveis técnicos e voluntários dos abrigos com foco no manejo, higiene, segurança e bem-estar animal durante a crise. Também houve reuniões com o Centro de Gerenciamento de Crise do Estado, o Ministério do Meio Ambiente, a Promotoria de Justiça, e a Secretaria do Bem-estar Animal de Canoas para alinhamento da transição dos abrigos para a municipalidade, bem como de doações, coleta de resíduos, saneamento e segurança.

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