CRMV-SP contribui para Plano de Ação Nacional de Uma Só Saúde

Regional participa de consulta pública a fim de garantir a presença de médicos-veterinários e zootecnistas nas políticas públicas
Texto: Comunicação CRMV-SP / Foto: Freepik

Com o objetivo de sistematizar ações e responsabilidades institucionais em uma abordagem integrada, que reconhece a conexão entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental, o Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde abriu consulta pública para receber contribuições ao Plano de Ação Nacional de Uma Só Saúde (PAN-Uma Só Saúde). O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) esteve entre as instituições participantes, enviando sugestões para garantir a inserção de médicos-veterinários e zootecnistas nesse processo.

A coordenadora técnica médica-veterinária do CRMV-SP, Carla Maria Figueiredo de Carvalho, ressalta a importância da participação do Regional na construção coletiva do plano. “A consulta pública permite incluir as perspectivas e o conhecimento técnico da Medicina Veterinária dentro do conceito de Uma Só Saúde, fortalecendo a interdisciplinaridade e a integração entre saúde humana, animal, vegetal e ambiental, princípios fundamentais dessa abordagem”, afirma.

Carla Maria lembra que, como integrante do Sistema Conselho Federal de Medicina Veterinária/Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (Sistema CFMV/CRMVs), a autarquia atua para que a expertise de médicos-veterinários e zootecnistas seja contemplada. “Esses profissionais são diretamente responsáveis pela saúde animal e pela prevenção de doenças zoonóticas que impactam a saúde humana. A atuação do Sistema é essencial para o fortalecimento de políticas públicas e medidas de prevenção de doenças e controle de riscos, demonstrando a relevância da Medicina Veterinária e da Zootecnia na abordagem de Uma Só Saúde”, completa.

Na mesma linha, a médica-veterinária e presidente da Comissão Técnica de Uma Só Saúde do CRMV-SP, Vera Letticie de Azevedo Ruiz, reforça que a colaboração do Regional amplia a representatividade do plano. “O médico-veterinário atua em áreas estratégicas como o controle de zoonoses, vigilância epidemiológica, inspeção de alimentos de origem animal e bem-estar animal. Quanto maior a participação desses profissionais na construção do Plano, mais consistente será a implementação das ações, assegurando que todas as áreas de interface estejam contempladas de forma equilibrada”, destaca.

Expectativa

Com a abertura da consulta pública do Plano de Ação Nacional de Uma Só Saúde (PAN-Uma Só Saúde), a coordenadora técnica médica-veterinária do CRMV-SP, Carla Maria Figueiredo de Carvalho, destaca a importância de o Governo Federal considerar as contribuições apresentadas por órgãos e entidades representativas. Segundo ela, uma abordagem integrada, multissetorial, cooperativa e transdisciplinar é essencial para a definição de responsabilidades e para o controle das ameaças à saúde.

“A criação do Comitê Técnico Interinstitucional e do PAN-Uma Só Saúde permite vislumbrar um cenário mais promissor para a efetiva implementação da abordagem no Brasil. A participação de diferentes setores e categorias profissionais favorece a cooperação em estratégias de prevenção e controle de doenças, saúde pública, vigilância sanitária e preservação ambiental, garantindo respostas mais rápidas, coordenadas e eficazes diante de riscos e agravos à saúde”, ressalta Carla Maria.

Para a presidente da Comissão Técnica de Uma Só Saúde do CRMV-SP, Vera Letticie de Azevedo Ruiz, a consulta pública abre espaço para o diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento. “As contribuições apresentadas fortalecem a colaboração entre categorias profissionais e ampliam a capacidade de resposta a crises sanitárias de forma integrada, como propõe o conceito de Uma Só Saúde”, afirma.

Pontos positivos e prioridades

Entre os pontos positivos do PAN-Uma Só Saúde, a presidente da Comissão do CRMV-SP, Vera Letticie de Azevedo Ruiz, destaca a abordagem multissetorial e integrada, em consonância com o plano internacional da aliança Quadripartite, formada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Ela também ressalta os sete eixos estratégicos que contemplam diferentes dimensões da Uma Só Saúde e a proposta de coordenação entre os três níveis de governo (federal, estadual e municipal).

Por outro lado, Vera Letticie observa que o plano inicial apresentava lacunas quanto à representação de alguns conselhos profissionais em áreas estratégicas. “Identificamos ações relacionadas a zoonoses, inspeção de produtos de origem animal e resistência aos antimicrobianos em que o CFMV não aparecia como ator responsável. Nossas sugestões buscam corrigir essa ausência e assegurar a participação de médicos-veterinários e zootecnistas, bem como de outros conselhos de saúde, sempre que os temas envolverem suas áreas de atuação”, afirma.

As contribuições enviadas pelo CRMV-SP abrangem pontos considerados essenciais para a efetiva execução da abordagem Uma Só Saúde. Como prioridades, Vera Letticie cita: a inclusão do CFMV em todos os eixos que tratem de zoonoses, vigilância epidemiológica e inspeção de alimentos; a integração de sistemas de informação e notificação, permitindo que diferentes profissionais registrem ocorrências em uma plataforma única e eficiente; e o fortalecimento das ações de combate à resistência aos antimicrobianos, com participação ativa de todos os conselhos profissionais envolvidos.

Luta por espaço

Embora a atuação do médico-veterinário e do zootecnista esteja totalmente inserida no conceito de Uma Só Saúde, as categorias ainda precisam lutar por reconhecimento. Para a presidente da Comissão de Uma Só Saúde, essa situação revela uma contradição: mesmo sendo fundamentais no enfrentamento de zoonoses, na segurança dos alimentos e na saúde pública, os profissionais nem sempre têm sua participação devidamente considerada na formulação de políticas.

“Uma Só Saúde pressupõe integração entre diferentes áreas, mas ainda é necessário reivindicar esse espaço. Isso reforça a importância da atuação do CRMV-SP em dar visibilidade à Medicina Veterinária e à Zootecnia, e assegurar presença nas decisões em diversos contextos”, conclui Vera Letticie.

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