O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo tomou conhecimento de um vídeo publicado nas redes sociais pelo proprietário por um centro de adestramento em Ribeirão Preto e vem a público informar que formalizou denúncia de exercício ilegal da Medicina Veterinária ao Ministério Público.
Primeiramente, o CRMV-SP repudia as falas infelizes em relação aos médicos-veterinários, as quais desvalorizam a classe e a pressionam, muitas vezes, a praticar preços que não condizem com o valor dos serviços. É preciso reconhecer a relevância da prática da Medicina Veterinária para a saúde animal, a saúde ambiental e para a saúde pública. Pronunciamentos como esse, sem embasamento técnico, descredibilizam a profissão.
O Conselho destaca que o adestrador explicita na gravação um possível exercício ilegal da profissão. Sem formação em Medicina Veterinária e registro no Conselho que o habilite, ele traz informações que deixam a entender que já teria realizado o diagnóstico de animais e, inclusive, recomendado o uso de medicamentos e suas respectivas dosagens para tratamento de uma zoonose transmitida por carrapatos.
Vale ressaltar que, por lei, é de competência privativa do médico-veterinário a prática da clínica em todas as suas modalidades, a assistência técnica e sanitária aos animais sob qualquer forma, o atesto da sanidade e a vacinação de animais. A realização de anamnese e exame clínico são de extrema importância para o diagnóstico de qualquer doença, assim como sua eventual complementação com exames necessidade de exames complementares.
O uso indiscriminado de medicamentos, especialmente de antimicrobianos, sem orientação de um médico-veterinário e sem a real avaliação quanto a sua necessidade ou riscos envolvidos em quadros individuais de saúde em que seriam contraindicados, podem agravar doenças, além de corroborar para com o desenvolvimento de resistência.