No último domingo (29/09), o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) participou da 6ª edição do Fórum da Longevidade e destacou a importância dos pets para a qualidade de vida na terceira idade. Durante o evento foi ressaltado como os animais de estimação podem contribuir para o bem-estar físico e emocional dos idosos. Para ilustrar essa conexão especial, o Regional contou com a participação dos cães voluntários do Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (INATAA), organização que promove terapia assistida por cães, visando a melhora na saúde física, emocional e mental de idosos, crianças e pessoas hospitalizadas, por meio dos benefícios terapêuticos a partir da relação homem-animal.

Assim que chegaram ao Distrito Anhembi, local do evento, os cães Candy, Zoff e Julie rapidamente se tornaram o centro das atenções, conquistando os corações de todos os visitantes. Com simpatia e doçura, recebiam sorrisos por onde passavam, ressaltando, na prática, o tema abordado pelo Regional sobre os benefícios que os pets podem proporcionar à saúde emocional, especialmente na terceira idade.

A secretária-geral Ana Helena Pagotto Stuginski, presente ao evento, parabenizou a iniciativa do Fórum dos Conselhos Atividade Fim Saúde (Fcafs) em participar do evento e convidar a todos os Conselhos Regionais; agradeceu a participação dos voluntários do INATAA e destacou a importância de esclarecer ao público os benefícios da convivência com animais.

“Estamos muito felizes em participar deste diálogo sobre o impacto dos cães na rotina dos idosos, além de compartilhar orientações sobre como escolher o pet que melhor se adapta ao dia a dia dessas pessoas. Também falamos sobre a saúde e os cuidados necessários ao longo da vida do animal, sempre reforçando a guarda responsável. É muito gratificante ver os sorrisos que as pessoas abrem ao ver os cães terapeutas”, afirmou Ana Helena.

A coordenadora técnica médica-veterinária, Carla Maria Figueiredo, também participou da ação, oferecendo orientações aos visitantes e reforçando a importância do acompanhamento veterinário para garantir o bem-estar dos animais e da sociedade. “Foi gratificante observar a interação e o interesse das pessoas pelos cães terapeutas no evento e ouvir relatos positivos de idosos sobre o convívio com seus animais”, completou.

Também estiveram presentes no Fórum a Vigilância em Saúde, com ações sobre zoonoses; a Coordenadoria de Saúde e Proteção ao Animal Doméstico (Cosap), que levou animais para adoação; e os cães do canil da Guarda Civil Municipal.

Amor que não se mede

O INATTA realiza atendimentos a idosos e pessoas hospitalizadas, com o objetivo de promover a melhora na saúde física, emocional e mental deste público, por meio dos benefícios terapêuticos da relação homem-animal. Segundo a médica-veterinária Cristina Elillo, os cães voluntários passam por avaliações clínicas regulares, acompanhamento de exames e vacinas, além de testes de sensibilidade à dor, visando garantir seu bem-estar e evitar reações a toques em áreas sensíveis. “Eles também são avaliados por um zootecnista para monitorar o comportamento de cada um”.

Cristina destaca que os cães terapeutas oferecem amor incondicional, e não se importam com a condição física do idoso. “Eles buscam apenas o carinho dessas pessoas. Para o idoso, essa troca é extremamente positiva, pois não sabemos as dificuldades que cada um enfrentou ao longo da vida. É muito emocionante ver como esses animais despertam tanto amor no coração deles”.

Gabriella Ranieri, tutora do cão Zoff e voluntária do INATAA
há quase 12 anos, relembra uma visita marcante no Hospital Cruz Azul. “Entramos no quarto de uma criança doente, que ao ver o cachorro, sorriu imediatamente. Emocionada, a mãe contou que fazia muitos anos que não via o filho sorrir. Essa experiência evidencia o impacto profundo que os cães têm no acolhimento de crianças, idosos, doentes e suas famílias, e torna este trabalho voluntário ainda mais especial”, conta.

Saiba mais sobre o INATAA: www.inataa.org.br.

Muito além da companhia

Entre os visitantes da 6ª edição do Fórum da Longevidade, alguns sabiam, na prática, os impactos positivos que a convivência com um animal de estimação traz para a saúde física e emocional.

A representante comercial, Cristina Souza, participante da Fórum pela primeira vez e tutora de pets idosos – seu último cachorro foi adotado com mais idade inclusive – sabia bem disso. Ela destacou o papel importante que eles ocupam na vida de seus tutores. “Os animais fazem parte da nossa vida, se tornaram um membro da família, importantes tanto para a parte emocional, quanto para a companhia no dia a dia. Hoje quem não tem filhos, têm pets”, destacou.

Já a professora aposentada, Maria de Fátima Rodrigues, contou que sempre teve gatos, mas após a morte do seu último felino, tentou adotar um filhote de cachorro para dividir a guarda com seu irmão, no entanto, sofreu etarismo por parte da voluntária de uma ONG. Ela considerou a idade da professora avançada aos 68 anos e julgou que o pet seria devolvido para a organização em breve.

Atualmente, Maria de Fátima é a feliz tutora de Nina, uma mistura de border collie com SRD, que tem pouco mais de um ano. Entre as alegrias que Nina trouxe, ela citou o benefício da socialização, efeito ‘colateral’ dos passeios que também mudaram sua saúde. “Você sai na rua e fala com todo mundo. Eu ando duas vezes com ela, de manhã e de noite. E eles nos alegram.”