Dia Mundial da Água: suinocultura e avicultura estão à frente em práticas no setor produtivo

Uso racional do recurso tem reflexo direto na criação e na lucratividade
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Adobe Stock

A água é item essencial para o agronegócio e, portanto, não há dúvida de que os atores desta cadeia sabem da importância do recurso natural, inclusive para a permanência do Brasil no topo do ranking dos maiores produtores mundiais de carnes. Entretanto, os impactos das criações sempre foram fortemente questionados. A produção de suínos e aves no País é um dos setores que têm apresentado evolução contínua no que tange ao uso consciente da água.

Na suinocultura, no ciclo completo (que engloba desde a criação de matrizes, passando pela criação de leitões, até a fase final de engorda) o uso diário de água é de pouco mais de 70 litros por cabeça, ao passo que, na bovinocultura, só no recorte leiteiro, este consumo diário é de 80 a 100 litros por vaca em lactação, conforme estimativas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Quanto à avicultura, no recorte de aves de corte, a média de consumo por dia é de 0,24 litros de água por animal”, comenta o pesquisador no Núcleo Temático do Meio Ambiente da Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia (SC), Alexandre Matthiensen.

Segundo o pesquisador, embora no passado não houvesse esse nível de mensuração, pode-se afirmar que os números representam redução de desperdício. Isso porque, além do monitoramento do consumo, diversas medidas já fazem parte da rotina na produção de suínos e aves.

Há gestão em quatro contextos: em cada granja, na propriedade, nas plantas (que são como pequenas cidades) e, ainda, no âmbito da bacia hidrográfica da região em que a produção está inserida

(Alexandre Matthiensen, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves)

Práticas aplicadas

No contexto das granjas, por exemplo, as medidas incluem hidrômetros individuais com planilhas de controle, disposição de bebedouros com bicos estratégicos, manejo da altura das estruturas e regulagem da pressão da água.

Nas propriedades, há associação entre pequenos produtores para o tratamento de dejetos, como a conversão de camas de aviário em adubo. Quanto às grandes plantas, sistemas de tratamento de água e resíduos. “Vejo muitos avanço nos últimos dez anos”, diz Matthiensen.

Lições de um TAC

Sobre a suinocultura, a realidade narrada pelo pesquisador da Embrapa é resultado de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) junto a propriedades do Estado de Santa Catarina, o maior produtor de suínos do Brasil.

“Isso porque, no início dos anos 2000, quantidades elevadas de dejetos das produções estavam contaminando o meio ambiente com concentrações de amônia, nitrato, fósforo e bactérias”, explica Matthiensen.

Reflexos econômicos

De acordo com a médica-veterinária Elma Polegato, presidente da Comissão Técnica de Saúde Ambiental e do Grupo de Trabalho em Destinação de Resíduos gerados nas Atividades Agropecuárias do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), quanto ao uso consciente da água, as mudanças têm relação, também, com o entendimento dos suinocultores e avicultores de que há reflexos muito diretos nos negócios.

“Há particularidades das espécies, principalmente no caso das aves, que levam a interferências diretas na produtividade quando se tem melhor uso da água. Ou seja, isso tem efeito também nas finanças”, diz Elma.

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