Dia Mundial dos Oceanos: médico-veterinário é essencial na preservação da vida marinha

Profissional pode atuar de diversas formas na preservação e cuidado dos oceanos, seja em ações de reabilitação, patologia, comportamento animal ou pesquisas
Texto: Comunicação CRMV-SP / Foto: Freepik

Eles correspondem a mais de 70% da superfície terrestre, produzem alimentos, fornecem oxigênio, água potável e regulam o clima. Também sustentam boa parte da atividade econômica no mundo e oferecem vários serviços ecossistêmicos. Neste 8 de junho, Dia Mundial dos Oceanos, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), exalta a importância desses gigantescos corpos d’água para a vida na Terra.

A data foi instituída em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento que ocorreu no Rio de Janeiro, mas somente foi oficializada em 2008. No ano passado, o tema “10 anos, 10 desafios, 1 oceano” foi escolhido para a Década do Oceano, que segue até 2030.

A médica-veterinária e membro da Comissão de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres do CRMV-SP, Claudia Carvalho do Nascimento, lembra que o médico-veterinário pode atuar de diversas formas na preservação e cuidado dos oceanos, seja em ações de reabilitação, patologia, comportamento animal e pesquisas, entre outros.

“Se possuir conhecimento abrangente, pode atuar no gerenciamento de emergências relacionados aos animais marinhos, como em vazamentos de petróleo, e ocupando posições estratégicas para a criação de políticas públicas nacionais e internacionais em prol da conservação dos oceanos e da biodiversidade marinha”, explica Claudia, que é consultora em respostas de emergência relacionadas à fauna, acidentes com compostos químicos e intercorrências nas atividades industriais em Santos.

Preservar a vida marinha e garantir a sobrevivência do planeta é urgente. No entanto, o entendimento humano sobre o oceano avança a passos largos. Cada vez mais se percebe o quanto as atividades humanas dependem desse ambiente, e também o influenciam, em questões como a produção de oxigênio, regulação do clima, e armazenamento de carbono. “Muitos fatores naturais só ocorrem devido à saúde dos mares”, enfatiza a presidente da Comissão Técnica de Saúde Ambiental do CRMV-SP, Elma Polegato.

Oceanos poluídos e doentes podem levar, ainda, à falta de alimentos e comprometer a biodiversidade, gerando impactos no turismo, na economia e no transporte de mercadorias. “O ser humano faz parte do planeta. Portanto, para que os oceanos se mantenham saudáveis, precisamos todos nos colocar como parte da solução e não do problema”, diz Claudia.

Década do Oceano

A Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que entre 2021 e 2030 o mundo viverá a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, a Década do Oceano. Assim como em outras “décadas propostas pela ONU” desde 1960, que abordaram temas como racismo e biodiversidade, a meta é mobilizar a comunidade científica, os legisladores, as empresas e a sociedade civil dos países membros, entre os quais o Brasil, para melhorar a gestão do espaço marítimo e dos recursos oceânicos e costeiros.

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que o Brasil enfrenta graves problemas relacionados à poluição marinha devido ao lançamento de esgoto não tratado nos mares e pela destinação inadequada de resíduos sólidos em toda a costa brasileira.

“Embora o Brasil considere abordagens baseadas em ecossistemas na gestão ambiental, o País não monitora de maneira sistemática a acidez (pH) das águas do Oceano Atlântico ao longo da costa, e não possui estatísticas quanto a população de peixes dentro de níveis biologicamente sustentáveis”, afirma a presidente da Comissão de Saúde Ambiental.

Como colaborar com a saúde marinha

Claudia Nascimento lembra que os oceanos são o tema central do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 ou Objetivo Global 14, estabelecido pela ONU em 2015 para tratar da Vida na Água. “O Brasil está se engajando com a sociedade organizada, mas ainda precisamos de ações mais incisivas do poder público com as políticas de conservação dos oceanos”, acredita.

De acordo com as especialistas, o País deve adotar medidas imediatas em prol da saúde dos oceanos. “Além de cumprir as metas acordadas no ODS 14, deve dar celeridade às políticas de saneamento básico, de resíduos sólidos, e criar uma campanha nacional de educação em Saúde Ambiental”, diz Elma.

Mudanças nos hábitos profissionais e pessoais, por meio da reciclagem e do consumo consciente, inclusive de pescados e frutos do mar, cuja pesca desordenada pode gerar a sobrepesca, são pontuadas pela integrante da Comissão de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres do CRMV-SP como essenciais.

“A população pode atuar de maneira direta para reduzir a quantidade de lixo no mar. Basta lembrar que os rios irão desaguar no mar. Mesmo distante do oceano, ao cuidar dos rios, todos estarão cuidando dos mares também”, finaliza Claudia.

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