Dia Nacional da Onça-pintada reforça a importância do maior felino das Américas.

Instituída pelo Ministério do Meio Ambiente a data, celebrada em 29 de novembro, é uma oportunidade para refletir sobre os desafios da coexistência e conservação integrada
Comunicação CRMV-SP/ Foto: Unsplash

Presente no imaginário coletivo sempre como símbolo de beleza e força e nas notas de 50 reais, a onça-pintada é o maior felino do continente americano e pode ser encontrada nos principais biomas do País.  De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), entretanto, a espécie já figura na categoria “quase ameaçada” de extinção, fato que mobiliza ativistas e pesquisadores na busca por métodos de preservação da espécie.

Com o objetivo de incentivar as reflexões sobre a conservação desse grande mamífero encontrado no Brasil na Mata Atlântica, na Amazônia, no Pantanal e na Caatinga, o Ministério do Meio Ambiente instituiu o Dia Nacional da Onça-pintada, celebrado desde 2018 em 29 de novembro.

Para Fabrício Rassy, presidente da Comissão Técnica de Médicos-veterinários de Animais Selvagens do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) é preciso aproveitar o espaço para abordar temas atuais a cada ano, seguindo as tendências comportamentais da sociedade em relação ao nível de consciência ambiental. 

Segundo Rassy, que também é chefe da Divisão de Veterinária da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, um dos pontos principais a serem abordados é a degradação do meio ambiente e redução do bioma e a consequente proximidade das onças-pintadas, ocasionando ataques aos animais de produção ou de estimação em busca de alimento.

 “A onça-pintada está no topo da cadeia alimentar. Sem um predador natural, o controle populacional de outros animais também considerados selvagens ou silvestres podde ser comprometido, causando sérios problemas à segurança e à saúde pública”, explica Rassy lembrando que “é possível evoluir, preservando o meio ambiente sem que haja o abate de animais como se eles estivessem invadindo nosso espaço”.

Medicina Veterinária, Zootecnia e o meio ambiente

O presidente da Comissão de Animais Selvagens do CRMV-SP, Fabrício Rassy, lembra que os “médicos-veterinários e zootecnistas estão muito próximos às questões ambientais, atuando por meio de suas respectivas expertises em campanhas e projetos na busca pela conscientização da população”. 

Rassy acredita que existam alguns pontos fundamentais para ação efetiva dos profissionais na preservação da onça-pintada entre eles a “manutenção de áreas adequadas, o aumento da conectividade funcional nos ambientes, apoio técnico para elaboração de políticas públicas de promoção das boas práticas que reduzam o impacto negativo de empreendimentos urbanísticos ou rurais”. O médico-veterinário finaliza reiterando que “o planejamento favorece a convivência e a prevenção do abate de animais”. 

Ainda sobre a importância da participação ativa dos profissionais, a presidente da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP, Cristiane Schilbach Pizzuto, também acredita no papel dos médicos-veterinários e zootecnistas como influenciadores educativos. “A única maneira de combater atitudes destrutivas provocadas por informação incorreta é a educação. É preciso utilizar o conhecimento científico dos profissionais para esclarecer as ‘fake news’ que colaboram para a criação de mitos e colocam todo o ecossistema em risco”, ressalta. 

Biotecnologias como aliadas

Membro também do grupo de pesquisa da Reproduction 4 Preservation (Reprocon), instituto que busca o desenvolvimento de novas técnicas para a preservação de animais selvagens e silvestres em risco de extinção, Cristiane Pizzutto, acredita que um “banco de germoplasma [que consiste em ter sêmen, fibroblastos, tecidos, entre outros tipos de células],  é importante para a conservação das espécies”.

A médica-veterinária explica que as amostras “obtidas no manejo de animais in situ, na vida livre, ou ex situ, que estejam sobre cuidados humanos em zoológicos ou aquários, e armazenadas podem futuramente serem utilizadas por meio das biotecnologias reprodutivas para gerar filhotes que possam ser reintroduzidos em biomas que hoje estão com suas populações de onças reduzidas”.

Cristiane lembra que o “Reprocon surgiu da iniciativa de pesquisadores que, unidos, estão em busca de soluções para o sistema de suporte à vida animal e saúde única atuando, por exemplo, no resgate e atendimento aos animais vítimas da caça, incêndio em florestas e envenenamento”.

Você sabia?

– As pintas das onças são únicas como as digitais humanas, por isso, não existem duas iguais;

– As onças não enxergam até terem duas semanas de vida;

– Elas se alimentam de leite materno até os dois meses, só então passam a ingerir carne;

– A onça-pintada está no topo da cadeia alimentar e sua ausência provoca desequilíbrio em todo o ecossistema já que são predadoras naturais de rãs, tatus e vertebrados de grande porte como antas, capivaras e até mesmo jacarés;

-A onça-preta e a onça-pintada são da mesma espécie, a diferença está na maior produção de melanina;

– As onças-pintadas atacam seres humanos apenas quando são ameaçadas. Não destruir o habitat natural delas é a garantia de uma coexistência harmônica.

 

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