A diarreia epidêmica suína, conhecida pela sigla em inglês PED, deverá causar uma redução de até 14% na oferta de carne suína de 2014 dos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A doença ainda não foi detectada no Brasil, mas o País deverá se proteger para aproveitar a demanda de mercado que surge devido ao problema nas fazendas norte-americanas. “O Brasil, como protagonista nas exportações de proteína animal, vislumbra, no episódio, a oportunidade de mostrar ao mundo que seu plantel é sadio e que as empresas do setor de suínos têm credenciais para continuar atendendo aos consumidores globais”, disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Francisco Turra.
Apesar de ainda não ter sido detectada no Brasil, há registros de casos nos vizinhos Peru e Colômbia. “Como temos um nível de biossegurança no campo menor que o dos Estados Unidos, onde a PED já fez grandes estragos, acredito que não podemos de forma alguma pagar para ver”, alertou a especialista Janice Ciacci Zanella, pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves.
Em nota oficial distribuída no início de maio, a ABPA defendeu um reforço nos mecanismos de defesa sanitária do País e cobrou também uma medida preventiva do Brasil em relação aos Estados Unidos. “Alertamos o Ministério da Agricultura sobre a necessidade de adoção de medidas de proibição temporária à entrada de suínos vivos, material genético, plasma suíno e bovino, entre outros, provenientes dos EUA”, informou Turra.
“A PED é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus Coronaviridae (PEDv) que atinge somente os animais. A enfermidade não oferece perigo ao consumidor nem interfere na segurança biológica da carne suína”, disse em nota a Embrapa. Apesar disso, a diarréia epidêmica provoca mortalidade de praticamente 100% dos leitões recém-nascidos nas granjas infectadas.
Fonte: Globo Rural