Garantir refeições de qualidade nas festas de fim de ano pode ser um desafio

Médicos-veterinários dão dicas de como avaliar carnes e estabelecimentos comerciais
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Freepik

As festas de fim de ano envolvem viagens, trocas de presentes e mobilizam as famílias, mas quando o assunto é alimentação, todo cuidado é pouco. A escolha dos ingredientes da ceia pode ser um desafio. Seja por serem itens que não fazem parte do cotidiano ou pela falsa sensação de que todo produto está em bom estado para consumo e é seguro.

Segundo dados do Ministério da Saúde (Sinan/SVS), em 2017, foram registrados 598 surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), a cujos riscos 47.218 pessoas foram expostas, sendo que 9.320 adoeceram e 12 morreram.

Cerca de 36% das ocorrências tiveram como local de origem as residências, tendo como os 10 agentes etiológicos mais identificados foram Salmonella, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Coliformes, Bacillus Cereus, Shigella, Rotavírus, Clostridium perfringens, Norovírus e o vírus da Hepatite A. Os dados reforçam o quanto é fundamental ter alguns parâmetros em mente ao visitar mercados e açougues.

“Comprar carnes, por exemplo, exige que o consumidor esteja atento, em primeiro lugar, para a origem do produto. Se não tiver inspeção, poderá causar problemas sérios de saúde a quem consumir”, adverte o médico-veterinário Ricardo Moreira Calil, presidente da Comissão Técnica de Alimentos, do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

Como selecionar os alimentos de origem animal:

Inspeção

Consuma somente alimentos de origem animal inspecionados. É preciso verificar a existência do selo de inspeção. Ele deve estar impresso na embalagem e tem um número de registro, que pode ser federal (Serviço de Inspeção Federal – SIF), estadual (Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo – SISP) ou municipal (Serviço de Inspeção Municipal – SIM).

“A carne sem este selo indica um produto não fiscalizado. Não é possível, portanto, saber se o produto tem origem idônea e qualidade aceitável”, explica o médico-veterinário Daniel Bertuzzi Vilela, membro da Comissão Técnica de Alimentos, do CRMV-SP.

Armazenamento e exposição

Observe as condições de armazenamento e exposição das peças. De modo geral, a carne fresca deve estar a uma temperatura de até 7°C e a congelada de, no mínimo, -15°C. Calil explica que as carnes, quando expostas, precisam apresentar cor e odor naturais e a superfície não pode estar muito ressecada, apesar da ação da refrigeração diminuir a umidade.

“O ideal é comprar sempre carnes com boa refrigeração, sejam congeladas ou resfriadas devem estar conservadas na geladeira, balcão refrigerado ou câmara fria que obedeçam as faixas de temperatura ideais”, explica o presidente da Comissão Técnica de Alimentos, do CRMV-SP.

Licença sanitária

Verifique se o estabelecimento do qual irá adquirir os produtos possui licença sanitária. O documento administrativo, expedido pelo órgão municipal de vigilância sanitária, atesta que o estabelecimento possui condições operativas, físico-estruturais e sanitárias.

Segundo a legislação, esta documentação precisa estar em local visível aos consumidores, mas caso não esteja, Bertuzzi orienta: “as informações sobre registro e licença são públicas e podem ser pesquisadas na internet. Caso não encontre, pergunte no próprio estabelecimento. Se ninguém souber responder, ligue para a Prefeitura.”

Higiene

Atente-se para a higiene do estabelecimento e das embalagens. Os produtos de origem animal frescos devem sempre estar sob refrigeração e protegidos por embalagem ou dentro de um balcão fechado e refrigerado. Todos esses locais ou recipientes precisam estar limpos.

“A higiene é muito importante. Evitar estabelecimentos sujos e com equipamentos velhos e mal conservados é uma forma de se precaver. O açougueiro deve estar com uniforme limpo e utilizando proteção para os cabelos (gorro ou touca). Tente observar se ele tem onde higienizar as mãos e os utensílios”, alerta Bertuzzi.

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