Dia Mundial do Frango celebra um dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros

Investimento em novas tecnologias, responsabilidade ambiental e bem-estar animal agregam valor à cadeia produtiva do setor para atender os exigentes mercados interno e externo
Texto: Comunicação CRMV-SP/ Foto: Pixabay

Entre o consumo doméstico do tradicional frango caipira na panela à ascensão da produtividade entre os líderes do setor, a avicultura brasileira celebra no Dia Mundial do Frango (10/05) uma expectativa de mais de 4% de aumento na produção e de 5% nas exportações em 2022.  Internacionalizada graças à abordagem sistêmica e investimentos em novas tecnologias, a cadeia amplia sua participação na balança comercial do agronegócio brasileiro, alcança crescimento exponencial a cada ano, e desponta no mercado interno.

Data celebrada há 10 anos pelos avicultores dos países membros do Conselho Mundial da Avicultura (International Poultry Council – IPC), entre os quais o Brasil, o Dia Mundial do Frango é uma oportunidade de reafirmar o potencial do setor que posiciona o País, desde 2004, como segundo maior produtor e primeiro no ranking de exportadores. O produto nacional é adquirido por mais de 150 países, o que representa 32% da produção, alimentando até mesmo os paladares mais exigentes.

Vale destacar que, internamente, os números são ainda mais surpreendentes revelando o consumo de mais de 40 kg per capita/ano, destacando a proteína como a mais consumida pelos brasileiros.  “A eficiência dos processos produtivos, associada à economia em escala é o que viabiliza a cadeia produtiva do setor, alavancando o agronegócio e a economia nacional”, ressalta o secretário-geral do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) e presidente da Comissão Estadual do Agronegócio da autarquia, Fernando Gomes Buchala.

A ABPA projeta crescimento na produção, consumo e exportações da avicultura em 2022. Em relação à carne de frango, é estimado que o volume de produção em 2022 atinja a marca de 14.900 milhões de toneladas, 4% a mais que em 2021. O consumo per capita anual deve ter o mesmo percentual de crescimento, chegando a 48 quilos. Já as exportações devem chegar a 4.750 milhões de toneladas, aumento de 5% em relação ao ano passado.

Diretor-técnico da Associação Paulista de Avicultura (APA) e membro da Comissão Estadual do Agronegócio do CRMV-SP, José Roberto Bottura afirma que a cadeia produtiva é extensa e envolve muitos setores por meio dos quais são desenvolvidas tecnologias inovadoras. “Da genética à nutrição, dos laboratórios com pesquisa avançada para imunização das aves ao desenvolvimento de condições para garantia do bem-estar animal, estão todos conectados às diversas empresas que complementam o segmento e que atuam com o objetivo de alcançar melhor resultado no que se refere ao crescimento e índice de conversão alimentar, sempre como o intuito de oferecer produto de qualidade com preço competitivo”, pontua.  

O presidente da Comissão Técnica de Saúde Animal do CRMV-SP, Cláudio Regis Depes, explica que a manutenção da sanidade dos plantéis é um dos pilares para o sucesso da avicultura de corte no País. Para o médico-veterinário, antes de tudo, é preciso reconhecer o esforço coletivo dos produtores, a priorização das questões sanitárias pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, assim como pelos órgãos executores de sanidade animal.

Vanguarda

Buchala, que também é médico-veterinário do Escritório de Defesa Agropecuária de José do Rio Preto, afirma que o “setor avícola é um dos mais desenvolvidos da produção animal e que as tecnologias aplicadas no Brasil são modelo”.

A visão analítica de Buchala é corroborada por Bottura. “Temos uma produção de vanguarda, sendo que muitas tecnologias utilizadas no mundo são originárias do Brasil”, afirma, destacando, ainda, que essa tradição coloca o País entre os líderes mundiais do setor.

Sobre o consumo interno e a influência da pandemia, o diretor-técnico da APA é categórico em afirmar que não considera que a Covid-19 tenha determinado mudanças, mas sim, reforçado o fato de o setor já estar preparado para as tendências de produção com a participação de médicos-veterinários e zootecnistas. “É preciso lembrar que os avicultores brasileiros estão atentos à demanda por produtos com qualidade há muitos anos. Essa postura consolidou nossa avicultura como precursora de técnicas avançadas de manejo, rastreabilidade, respeito ao bem-estar animal e preservação ambiental”.

Fonte: Embrapa

Desafios Sanitários

Consideradas iniciativas fundamentais para o sucesso econômico da produção, o controle das infecções virais, bacterianas e fúngicas associadas ao controle dos vetores biológicos no ambiente estão entre os desafios sanitários enfrentados pelos plantéis avícolas e, intrinsicamente, relacionados à produtividade.

Foi instituído desde 1994, explica Cláudio Depes, o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), associado à legislação zoossanitária avícola vigente, é o suporte normativo executado em todas as etapas da cadeia produtiva, responsável por identificar possíveis fatores de riscos sanitários e preconizando medidas preventivas para mitigação. “Essas normas estabelecem os critérios mínimos de biosseguridade a serem aplicados pelos estabelecimentos avícolas para o registro destes junto ao Serviço Veterinário Oficial (SVO).”

Para o presidente da Comissão Técnica de Saúde Animal do CRMV-SP, que já integrou a Coordenadoria de Defesa Animal (CDA) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA), as medidas de biosseguridade, desempenham um papel imprescindível no controle e erradicação de agentes patogênicos nos rebanhos comerciais. Entre os quais, completa Depes, “Influenza Aviária, Doença de Newcastle, Salmoneloses e Micoplasmoses, cujas ações preventivas favorecem, não apenas a avicultura e cadeia produtiva, mas a saúde pública”.

Mitos

Para o diretor-técnico da APA e membro da Comissão de Agronegócio do CRMV-SP, José Roberto Bottura, entre os desafios da cadeira produtiva está também a necessidade de combater mitos que ainda confundem os consumidores. Destaque para a divulgação errônea sobre o uso de hormônios para acelerar crescimento e aplicação de antibióticos cuja prática.

“É lamentável observar que informações falsas como essas, muitas vezes, são compartilhadas em detrimento da realidade. O crescimento do frango é condicionado a quatro pilares determinados pelos órgãos fiscalizadores com rigor, seja para a proteína consumida no mercado interno ou para os produtos exportados. São eles: potencial genético, condições ambientais que favorecem o conforto do animal, a nutrição e a sanidade”, pontua Bottura.  

Devido à grandiosidade do agronegócio brasileiro, o médio-veterinário afirma que, felizmente, a maioria da população já tem consciência de que a aplicação de hormônios e antibióticos são práticas proibidas no País.

Mercado de Trabalho

Diante da representatividade da avicultura brasileira, Buchala enfatiza que ao atingir reconhecimento no mercado global, “não há espaço para erros”.  Sendo assim, reforça que a geração de vagas no mercado é resultado do dinamismo do setor, fato que, para Buchala, intensifica a exigência de mão-de-obra, não apenas qualificada, mas disposta a acompanhar a proatividade imposta pelo acelerado processo tecnológico presente em todas as etapas da cadeia produtiva.

“O mercado de trabalho para médicos-veterinários e zootecnistas, que estão presentes nas áreas de produção, manejo, ambiência, sanidade, inspeção, nutrição e de gestão, oferece uma das melhores remunerações do agronegócio, justamente, pela necessidade de profissionais altamente qualificados e dedicados. Reconhecendo o valor destes profissionais, o CRMV-SP, mantém contato permanente com as instituições representativas como Associação Paulista de Avicultura (APA), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícola (Facta) e a ACTA Veterinária Brasílica (AVB), entre outras, com o objetivo de fortalecer os vínculos para capacitação e valorização profissional”, finaliza o secretário-geral e presidente da Comissão Técnica de Agronegócio do CRMV-SP.  

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