O governo federal publicou, no dia 20 de junho, no Diário Oficial da União a portaria que valida o Plano de Ação Nacional para conservação das onças-pintadas. O objetivo é implementar iniciativas para proteger a espécie, ameaçada de extinção.
O foco principal do plano é conseguir, até junho de 2017, reduzir a perda e fragmentação dos habitats desses felinos, além de diminuir o número de mortes causadas pela caça esportiva, preventiva ou mesmo para segurança pessoal. Além disso, o plano pretende disseminar informações necessárias para conservação da espécie.
Criado em 2009, o plano deve ser implementado ainda este ano pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que designou o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) como responsável pela ação. “A publicação da portaria valida o trabalho desenvolvido em parceria com a sociedade e estabelece as diretrizes de governo para a conservação da espécie”, explica Ronaldo Morato, coordenador do Cenap.
No fim do ano passado, pesquisadores brasileiros avaliaram pela primeira vez a situação das onças-pintadas em cada bioma do país e constataram que este mamífero está criticamente em perigo na Mata Atlântica e na Caatinga. Eles apontaram também uma redução de 10% na população desses felinos na Amazônia nos últimos 27 anos.
Com uma população total estimada de 55 mil espécimes, os cientistas crêem que em quase três décadas houve um declínio de 30% na população efetiva, ou seja, uma queda no número de onças-pintadas capazes de se reproduzir e deixar descendentes férteis.
A fragmentação de florestas devido à urbanização, desmatamento para expansão agrícola e venda de madeira, além da caça predatória e retaliação por morte de animais domésticos ou gado, estão entre os principais motivos para a redução de espécimes nos últimos anos.
O estudo atualiza informações sobre as onças-pintadas para a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que elabora a “Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas”, que já contém 65.518 diferentes nomes de bichos e plantas que podem desaparecer nos próximos anos.
Fonte: Ambiente Brasil