Hormônio na carne do frango: um mito a ser esclarecida à população

Criação de aves brasileira segue padrões internacionais de qualidade
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Pexels

Você já deve ter ouvido falar que a carne do frango não é saudável porque possui muitos hormônios. Se você acreditou nisso, saiba que se trata de um mito que atingiu diversas camadas da sociedade. A explicação para o crescimento surpreendentemente rápido das aves está na expertise de áreas como a Zootecnia.

“O desenvolvimento acelerado é uma resposta aos trabalhos de seleção e de nutrição, aliados à natureza da espécie. Assim, uma ave atinge o tamanho esperado na produção em 42 dias”, argumenta o Dr. José Evandro Moraes, zootecnista do Instituto de Zootecnia (IZ) da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA).

A seleção mencionada por Moraes é resultado de pesquisas e práticas na área de melhoramento genético, um dos campos de destaque da Zootecnia, assim como o de Nutrição, a partir do qual se estabelece melhores diretrizes para as dietas, hoje, com o milho e a soja como principais ingredientes, e vitaminas e aminoácidos sintéticos importados adicionados.

O mito

Mas, afinal, como surgiu o mito de hormônios na carne do frango? De acordo com Moraes, no início dos anos 1970, a corrida espacial impulsionou um avanço nos estudos de hormônios para ganho de peso e havia pesquisas com aves.

“Embora os testes não tenham sido feitos somente com a espécie, as pessoas passaram a acreditar que os frangos para alimentação eram criados a base de hormônios”, comenta o pesquisador, que palestrará sobre o assunto no 2º Encontro de Zootecnistas do Estado de São Paulo, o qual será realizado pelo CRMV-SP, no dia 14 de maio, na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA/USP), em Pirassununga (SP).

Aceleração da produção

Décadas depois, a lenda foi fortalecida quando os avanços tecnológicos e científicos contribuíram para a aceleração da produção na Avicultura. “Até os médicos começaram a acreditar que o desempenho era atribuído a hormônios e orientavam os pacientes a evitar frangos”, afirma Moraes.

Segundo o zootecnista, alguns artigos acadêmicos sobre o uso de hormônios para crescimento fomentaram a visão equivocada entre profissionais da saúde. O que faltou foi contextualizar que os estudos não se aplicavam à área de produção animal.

A verdade

“O fato é que além de não ter efeito algum no âmbito de crescimento, o uso de hormônios na criação de aves traria um gasto muito maior ao setor”, enfatiza Moraes.

Com atuação profissional principalmente nas áreas de Avicultura, Nutrição e Bem-estar Animal, o pesquisador nível III do IZ argumenta que dois terços da produção brasileira atende o mercado de exportação, o que significa que diversas exigências para que seja produzida uma carne de qualidade são atendidas, do contrário, o produto nacional não seria aceito no exterior.

Serviço:

2º Encontro de Zootecnistas do Estado de São Paulo

Quando: 14 de maio, das 9h às 17h20

Local: Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA/USP)

Endereço: Av. Duque de Caxias Norte, 225, Campus Fernando Costa – USP, Pirassununga – SP

Inscrições: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSetGMpjQAbWCOvF52T7UM5JrNNnOjtFlkGCtBlgY6fbqAr6IA/closedform

 

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