IA, saúde mental, e inovação são destaques do Encontro Paulista de Coordenadores de Zootecnia

Evento reúne instituições de ensino superior para debater diagnóstico da Zootecnia no Estado, desafios da graduação e uso da inteligência artificial na educação
Texto e foto: Comunicação CRMV-SP

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) realizou, em 14 de novembro, o Encontro Paulista de Coordenadores de Cursos de Zootecnia, que reuniu representantes de instituições públicas e privadas, além de integrantes da Comissão Técnica de Zootecnia e Ensino. O evento promoveu a análise de dados sobre a formação acadêmica no Estado, debates sobre saúde mental no ensino superior e reflexões sobre inovação e inteligência artificial como ferramentas estratégicas para o futuro da profissão.

A programação contou com a apresentação do diagnóstico estadual da Zootecnia, mesa-redonda com coordenadores, discussão sobre saúde mental, apresentação das estratégias da Comissão Técnica e uma palestra dedicada ao uso de IA na educação.

A abertura dos debates foi conduzida pela presidente da Comissão Técnica de Zootecnia e Ensino, Kátia de Oliveira, que ressaltou a relevância da aproximação entre o Conselho e as instituições de ensino. Segundo ela, o diagnóstico realizado nas Instituições de Ensino Superior (IES) ao longo de 2025 evidencia um cenário desafiador, mas também promissor.

“O setor agropecuário paulista é altamente técnico e diverso, o que nos coloca diante de desafios importantes, mas também de muitas oportunidades”, afirmou Kátia. Para ela, a devolutiva dos dados coletados junto às instituições é parte essencial do compromisso do Conselho com a formação profissional. “Não se trata apenas de uma prestação de contas, mas de um ponto de partida para políticas, projetos e iniciativas que qualifiquem o ensino e fortaleçam a valorização da Zootecnia paulista”, destacou.

Esteve presente no encontro representantes da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, e do Instituto de Zootecnia, bem como o presidente da Comissão Nacional de Educação em Zootecnia do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Diego Peres Netto.

Realidade acadêmica no Estado

A apresentação do diagnóstico foi conduzida pela zootecnista e integrante da Comissão Técnica, Célia Carrer, que destacou o papel estratégico da Zootecnia no agronegócio paulista. “São Paulo representa quase 20% das exportações nacionais e possui uma produção científica expressiva. A Zootecnia integra esse protagonismo, especialmente nas áreas de avicultura e bovinocultura”, explicou.

Célia também chamou atenção para os impactos da pandemia na dinâmica dos cursos. “O perfil dos alunos mudou, e isso exige adaptações nos modelos de ensino. Este encontro é uma oportunidade para avaliarmos como adequar os projetos pedagógicos às novas demandas e, assim, atrair e reter estudantes”, afirmou.

Saúde mental no ensino superior

Outro ponto central do encontro foi a reflexão sobre saúde mental nas instituições de ensino. A psicóloga e professora Bianca Gresele apresentou o tema “Promoção da Saúde Mental no Ensino Superior”, destacando a necessidade de que as coordenações assumam um papel ativo no cuidado com estudantes e docentes.

Segundo Bianca, os problemas emocionais não são casos pontuais, mas parte de um cenário que demanda políticas institucionais permanentes. Ela enfatizou a importância de ambientes de aprendizagem mais acolhedores. “Saúde mental não é um assunto periférico, é estruturante. Sem ela, não existe permanência, desempenho ou formação de qualidade.”

A especialista reforçou que as coordenações devem criar fluxos de acolhimento, estabelecer parcerias com equipes psicológicas e desenvolver estratégias de prevenção. Para ela, o estudante precisa ser reconhecido como sujeito integral e, para que esse olhar seja efetivo, é fundamental que seja ouvido, acolhido e tenha acesso real a condições de apoio.

A discussão foi ampliada na mesa-redonda que reuniu coordenadores de diferentes instituições, permitindo a troca de experiências sobre desafios do cotidiano acadêmico, como evasão, sobrecarga e as novas demandas comportamentais dos estudantes.

Inovação e IA na educação

Encerrando a programação temática, a zootecnista Kate Cidrão conduziu a palestra “Transformando a Educação com IA: Ferramentas e Boas Práticas”. Em sua apresentação, destacou que a inteligência artificial já faz parte do cotidiano e que a educação precisa acompanhar esse movimento. “A IA não substitui professores. Substitui profissionais que não aprendem a usá-la”, afirmou.

Para Kate, o papel do educador passa a ser o de mediador e orientador, garantindo um uso ético, crítico e consciente das ferramentas. Ela reforçou que a tecnologia não elimina o elemento humano. “A IA pode automatizar tarefas, mas quem interpreta, valida e direciona o conhecimento é o professor”, reforça.

A palestrante apresentou ferramentas que apoiam o ensino, como modelos voltados à produção científica, sistemas de análise de dados e plataformas para criação de conteúdos pedagógicos. “Essas tecnologias liberam tempo, organizam processos e ampliam nossa capacidade de criar. Mas precisam ser usadas com intencionalidade”, destacou.

Kate também enfatizou a importância de orientar os estudantes para o uso responsável das tecnologias. “O aluno não pode transformar a IA em uma muleta. Ele precisa aprender a pensar com ela, não por ela”, destacou.

O Encontro Paulista de Coordenadores de Cursos de Zootecnia foi finalizado com uma síntese propositiva e a definição de encaminhamentos para fortalecer o ensino da profissão no Estado.

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