Incêndio na USP de Ribeirão destroi único banco genético de árvores nativas do Brasil

Pelo menos dois terços do único banco genético de árvores nativas do Brasil foram destruídos no incêndio que atingiu a floresta de estudos da USP de Ribeirão Preto na tarde dessa terça-feira (16).

O fogo, que começou por volta das 13h30 e só foi controlado perto das 18h, exterminou aproximadamente 2.250 espécimes vegetais do banco, segundo pré-levantamento feito pelo Ceeflorusp (Centro de Estudos e Extensão Florestal da USP).

Segundo a assessoria de imprensa da universidade, a área total da floresta é de 75 hectares e 45 deles são do banco genético. Desses, foram consumidos pelo fogo 27 hectares. Também foram consumidos outros nove hectares de reposição florestal dentro da floresta e outros 45 em uma área de capim fora da floresta. No total, foram 81 hectares atingidos pelo fogo.

Conforme levantamento feito, os dois terços que foram perdidos eram a melhor parte do banco, ou seja, tinham as mudas com maior qualidade, plantas que já conseguiam dar semente para fornecerem mudas sadias.

De acordo com o professor e coordenador da educação ambiental da universidade e do projeto Ceeflorusp, Marcelo Motokane, a perda é inestimável. “Não consigo nem quantificar a perda. Foi muito mais do que uma mata, foi uma reserva genética”, disse.

O professor chegou a comparar o incêndio em Ribeirão ao que aconteceu no Instituto Butantan, em São Paulo, em maio do ano passado, quando o fogo destruiu grande parte da maior coleção de cobras do mundo. “Assim como no Butantan, aqui houve uma grande perda, até de espécies que só existiam aqui, uma coleção viva que foi embora”, falou.

Além dos espécimes vegetais e animais, Motokane afirma que o incêndio também destruiu teses e dissertações de trabalhos que eram desenvolvidos com base no banco genético. De acordo com ele, os alunos do curso de biologia estão mobilizados com a situação e procurando meios de ajudar na recuperação da área.

Animais

Os animais que viviam no local atingido pelo fogo são outra preocupação do departamento de educação ambiental da USP. Segundo Motokane, as aves podem ter conseguido fugir, mas mamíferos como ratos e ouriços não conseguiriam escapar. “Alguns animais sobem em árvores ou se escondem, assustados com o fogo, e acabam morrendo”, afirmou.

Os espécimes animais retornaram ao local depois do reflorestamento da área, começado em 1998. A professora Elenice Mouro Varanda, o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), a ONG Verde Tambaú e a Fundação Florestal foram responsáveis pela implantação da floresta na época.

As espécimes vegetais foram coletadas em diversos remanescentes da bacia do rio Pardo. Depois foram feitas as germinações, e então o plantio das mudas. De acordo com Motokane, agora vão ser feitas reuniões para levantar quais foram as perdas e o que ainda pode ser aproveitado.

Incêndio

O incêndio foi controlado com quatro caminhões-pipa do Corpo de Bombeiros e a ajuda do helicóptero Águia, da Polícia Militar. Além disso, usinas da região e o Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp) ajudaram a conter o fogo.

De acordo com o Corpo de Bombeiros de Ribeirão, houve risco de o fogo atingir um depósito de material radioativo da USP. Além disso, também houve risco de contaminação com fumaça em uma ala do Hospital das Clínicas.

As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas.

Fonte: Ribeirão Preto On-line (acessado em 18/08/2011)

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