Mal silencioso e sem cura, aids de gato pode matar

Nesta quinta-feira (1º), o mundo todo volta suas atenções para a luta contra a aids. Mas muita gente não sabe que uma doença muito similar à síndrome da imunodeficiência adquirida (tradução para o português da sigla aids) tem contaminado milhões de gatos domésticos, além de outros felinos, como o leão e a onça.

A aids felina, como é conhecido esse mal, também não tem cura. No Brasil, não há vacina preventiva (nos Estados Unidos, experimentos já estão bastante avançados). O mais grave é que os sintomas não costumam ser percebidos antes que seja tarde demais. Segundo o professor de medicina veterinária da Universidade Anhembi Morumbi Fabrício Lorenzini, a FIV (sigla pela qual a doença é conhecida entre os especialistas) está entre as mais comuns causadas por vírus.

“Assim como a leucemia, que em gatos também é causada por vírus, é o mal que mais acomete esses animais no País. Na verdade, trata-se de um retrovírus, que age de forma parecida com o HIV no organismo, afetando as células de defesa do sistema imunológico. Por isso, o paciente fica mais propenso a infecções, como pneumonia”, explica ele.

O contágio só ocorre entre animais da mesma espécie. Por isso, um gato não pode transmitir a pessoas, nem a cães. Em geral, durante um contato bem próximo, explica o veterinário Laurence Galen, especialista em gatos do hospital Pet Care, em São Paulo.

“A aids felina é transmitida principalmente por mordidas em coitos ou brigas entre gatos. Animais que têm acesso à rua estão mais propensos a se infectar, principalmente machos que costumam brigar pelo território ou indivíduos não castrados em busca de fêmeas para procriação. Gatas infectadas durante a gestação podem transmitir aos fetos ou pela amamentação aos filhotes, embora não seja frequente. Outra possibilidade já comprovada é o contato próximo entre gatos por longo tempo, mesmo que pacificamente”, diz.

Lorenzini avisa que os sintomas são bem parecidos com os da maioria das doenças que acometem gatos. Por isso, em geral, passam despercebidos. “No geral, o animal para de comer, se esconde, fica com o pelo ouriçado e com febre persistente. Instintivamente, quando está doente, não importa qual é a enfermidade, o felino fica mais recluso para se proteger.”

A doença, segundo Galen, possui três estágios. “No primeiro, o animal também pode ter vômito, diarreia e aumento dos linfonodos (gânglios). Essa fase pode durar de dias a semanas. O segundo estágio pode levar de seis a dez anos e não tem sintoma algum. No último estágio, o animal começa a apresentar perda de peso, diarreia persistente, doenças respiratórias, ocular, renal e de pele, gengivite, infecções oportunistas e até neoplasias, como linfoma e leucemia.”

A dica dos dois especialistas é levar o pet regularmente ao veterinário para que possa ser feito o exame diagnóstico. O mesmo cuidado deve ser aplicado a felinos que forem adotados da rua e que terão contato com outros gatos em casa. “O teste é bem simples, feito a partir de uma pequena amostra de sangue, em animais acima de seis meses de idade, para detectar a existência ou não de anticorpos contra o vírus”, lembra Galen.

Já o tratamento, segundo o professor da Anhembi Morumbi, é muito diferente do dado às pessoas soropositivas. “O certo também seria fazer uso do coquetel de remédios usado nos pacientes humanos. Porém, os veterinários, pela legislação brasileira, não têm acesso ao coquetel. Por isso, usamos uma medicação que tem como função melhorar o sistema imunológico.”

Infelizmente, esses medicamentos, concordam os veterinários, não surtem grande efeito.

Fonte: R7 (acessado em 01/12/2011)

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