Medicina Veterinária de Animais Selvagens é reconhecida como especialidade

Com destaque ao conceito de Saúde Única, CFMV habilita a Abravas para concessão do título de especialista
Texto: Comunicação CRMV-SP/ Foto: Pixabay

No mês em que foram realizadas atividades para debater pautas relacionadas ao Dia do Meio Ambiente (05/06), cujo tema escolhido para este ano foi ‘Uma só Terra’, a importância da Medicina Veterinária de Animais Selvagens fica ainda mais latente. Visando normatizar a concessão de título de especialista para esta que é uma das áreas de atuação que mais crescem em todo o mundo, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) habilitou, por meio da Resolução nº 1.463/2022, a Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens (Abravas).

O presidente da Comissão Técnica de Médicos-veterinários de Animais Selvagens do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Fabrício Braga Rassy, celebra a notícia sobre a titulação de especialista da área. “Esta é a resposta para uma luta de décadas que trouxe muita felicidade. Principalmente diante da demanda considerada emergente e da consequente ampliação da atuação dos profissionais com o surgimento de subáreas”, afirma. 

Para a presidente da Abravas, Hilari Hidasi, o reconhecimento da especialidade veio exatamente pela evolução recente no atendimento dos animais. Diante da abrangência de atuação da nova especialidade, a médica-veterinária revela que houve a necessidade, inclusive, da divisão em quatro segmentos para titulação: animais aquáticos, zoológicos, Medicina da Conservação, e pets não convencionais.

“Os médicos-veterinários podem optar pelo título em um setor com o qual se identificam, gerando ainda mais valor a especificidade da formação. A titulação representa um importante reconhecimento para o profissional em sua jornada na busca pelo conhecimento construído a partir de sua experiência acadêmica, profissional e pessoal”, destaca Hilari, que atua no zoológico de Guarulhos.

A partir desse momento, reforça Rassy, “começamos a vislumbrar um incremento para melhoria da Medicina Veterinária de Animais Selvagens porque além de direcionar os profissionais na trajetória da especialização contribui, ainda, como uma fonte de referência na busca por médicos-veterinários capacitados para atender demandas em todos os níveis da sociedade. Aguardamos com alegria a abertura dos editais que serão divulgados pela entidade habilitada”.

Saúde Única

Ao citar Louis Pasteur, por meio da frase icônica “A Medicina cura o homem, a Medicina Veterinária cura a humanidade”, a presidente da Abravas sugere que o reconhecimento da especialidade pode colaborar para com uma reflexão abrangente sobre o papel da profissão na promoção da saúde pública, posicionando o profissional como instrumento primordial para que o conceito de Saúde Única alcance novos patamares. 

O impacto que a coexistência entre humanos, fauna e flora pode provocar ao planeta assim como o fomento de pesquisas que apontam tendência de maior conscientização sobre o bem-estar único e boas práticas de manejo, são fatores que mobilizam instituições em todo o mundo e que contribuíram para o fortalecimento do conceito.

Fortalecida pela inerente interconexão entre saúde humana, ambiental e animal, assim como a necessidade de tratar seus desafios e possíveis soluções de forma integrada, a abordagem ‘One Health’ intensificada nas últimas décadas, foi projetada com maior destaque a partir da pandemia de Covid-19 e a irrefutável associação entre a atual estrutura social e os proeminentes riscos que ameaçam desestabilizar o tripé sob o qual estão posicionadas as condições que viabilizam a vida no planeta.

Medicina Veterinária de Selvagens

Para contextualizar a relevância da mais nova especialidade da Medicina Veterinária, é fundamental manter uma abordagem holística do cenário global assim como a compreensão de que os profissionais, como agentes de promoção da saúde, assumem papel indispensável em equipes multidisciplinares nos mais diversos segmentos do mercado.

O reconhecimento da Medicina Veterinária de Animais Selvagens como especialidade representa um salto significativo rumo à busca por estratégias, não apenas de prevenção e preservação, mas também de restauração das perdas. Especialmente em um cenário cujos riscos para transmissão zoonoses são agravados pelo trânsito cada vez maior de produtos e pessoas entre os países, urbanização desenfreada, demanda crescente por proteína animal, maior contato com áreas de proteção, além da frágil rede de políticas públicas.  

A presidente da Abravas, Hilari Hidasi, lembra que a conquista da especialização representa o dinamismo da profissão e demonstra sua relevância para a Saúde Única. “A atualização na área é essencial para quem trabalha com animais selvagens. Entender da biologia, ecologia e inter-relação entre o ambiente, animais e humanos faz parte da essência do profissional de Medicina da Conservação. Atuar com a conservação de espécies animais é trabalhar com saúde humana e ambiental, assim como seus impactos na tríade”.

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