Assim como os humanos, cães e gatos podem ser acometidos por tumores mamários. A maior incidência é em fêmeas, sendo mais comum em cadela de 4 a 12 anos de idade e, em gatas, a partir de um ano de vida. Contudo, 1% a 3% dos casos são diagnosticados em machos.
Os dados foram mencionados pelo médico-veterinário Rodrigo Ubukata, membro do Grupo de Trabalho em Quimioterapia Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
Atualmente, no Brasil, dentre os tumores malignos, os que acometem as mamas têm maior incidência. Segundo Ubukata, a falta de informação para a prevenção é um fator de peso. “No País, há pessoas muitos esclarecidas, mas, também, uma parcela da população possui menos conhecimento, o que influência para que haja aumento da incidência da doença.”
Segundo Otavio Verlengia, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP, assim como ocorre na Medicina Humana, quando se trata do câncer de mama, a conscientização sobre o diagnóstico precoce é crucial. “A chance de o paciente se curar é bem maior quando o tratamento é realizado no início.”
Tutores devem observar seus animais com frequência
Ubukata indica que os tutores palpem as mamas dos pets, o que pode ser feito durante carinhos e brincadeiras. A intenção é verificar se há alterações e, caso sim, deve-se buscar um médico-veterinário. “É importante ficarem atentos para pequenos nódulos, inchaços, vermelhidões e secreções que podem sair pelos mamilos.”
Os tumores, conforme explica Verlengia, podem aparecer desde a área do pescoço até próximo a região das genitais e, também, entre os mamilos. “Todo tipo de saliência notada deve ser considerada”, afirma.
Orientação médico-veterinária é indispensável
Independente da palpação e dos cuidados de rotina com o animal, é de fundamental importância levar os pets, regularmente, para consultas ao médico-veterinário e para a realização de exames clínicos outros cuja necessidade seja identificada pelo profissional que atender e examinar o animal.
A médica-veterinária Maria Cristina Timponi, presidente da Comissão das Entidades Veterinárias do Estado de São Paulo do CRMV-SP, diz que “todo nódulo deve ser investigado e retirado o quanto antes, pois, sem exame histopatológico (realizado após a retirada do tumor) ou uma citologia aspirativa, não se pode dizer se o tumor é maligno ou benigno.”
Castração e prevenção
A castração é considerada procedimento preventivo, dependendo da idade do pet. Ubukata comenta que estudos mostram que com a castração em cadelas até o primeiro cio, há 99% de chance de evitar o câncer de mama e, até o terceiro, essa prevenção é de 85%. Já nas gatas, se forem castradas até os seis meses, é possível reduzir em até 90% a incidência de tumores.
De acordo com Maria Cristina, além das fêmeas não castradas, as que recebem anticoncepcional frequentemente também têm maior propensão a câncer de mama. “O aparecimento de tumores, geralmente, ocorre em animais acima dos sete anos de idade. Porém, com o uso do anticoncepcional, fêmeas mais jovens são acometidas.”
Confira dicas para prevenção de tumores mamários em pets:
– Leve seu pet regularmente ao médico-veterinário;
– Converse com o profissional para a castração o mais cedo possível;
– Evite administrar anticoncepcional ao pet;
– Palpe e acaricie o animal frequentemente para identificar nódulos;
– Fique atento ao emagrecimento acentuado e sem motivo; sangramentos inexplicáveis; dificuldade em mastigar ou deglutir; odores incomuns; feridas que não cicatrizam; dificuldades para respirar, urinar ou evacuar; e nódulos pelo corpo.