Pesquisa implantada em Bauru para combate à leishmaniose em cães chama atenção da Nasa

Projeto desenvolvido por médico-veterinário propõe o uso de coleiras antiparasitárias em animais com a doença para evitar a contaminação
Texto: Portal G1 (adaptado pela Comunicação CRMV-SP)
Foto: Pixabay

O mês de abril marcou o início de um novo projeto em prol do bem-estar animal, em Bauru (SP). Chamado de “Encoleiramento Inverso”, o projeto desenvolvido pelo médico-veterinário e diretor do Centro de Controle de Zoonoses, Luiz Ricardo Cortez, visa combater a leishmaniose sem eutanasiar os cães infectados.

A iniciativa inovadora chamou até a atenção de um dos pesquisadores da Nasa que esteve na cidade para conhecer de perto como funciona o projeto. A ação, que conta com o apoio da Prefeitura de Bauru, do Centro de Controle de Zoonoses e da Unesp de Presidente Prudente e tem ainda a parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP) e com o Instituto Adolf Lutz

Considerada pioneira em todo o País, ação é uma nova possibilidade de proteção contra a doença com o encoleiramento dos animais contaminados e uma alternativa para evitar a necessidade da eutanásia.

Segundo Cortez, isto se dá, pois a substância chamada deltrametrina, presente na coleira, possui duas ações: uma como repelente, mantendo longe o mosquito-palha, transmissor da leishmaniose; e outra como inseticida, agindo como controlador do mosquito, não deixando que ele pique o animal infectado e transmita o protozoário para um animal sadio.

Apoio da Nasa

O projeto se mostrou tão inovador que chamou a atenção de Jeffrey C. Luvall, cientista da National Aeronautics and Space Administration (Nasa). O pesquisador veio até Bauru para conhecer as diretrizes do projeto e avaliar em quais aspectos a ajuda da Nasa pode ser útil.

Segundo ele, a principal tarefa, inicialmente, é mapear, via satélite, os principais locais da cidade onde há solo propenso para a proliferação do mosquito-palha. Para isso, será feito um rastreamento com os satélites da Nasa. E, de acordo com os resultados obtidos, será possível definir os locais onde haverá a distribuição das coleiras.

 Preservação da vida

“A coleira em um animal sadio tem a função de deixar longe o mosquito transmissor da leishmania. Quando você coloca a coleira em um animal infectado, ela cumpre a mesma função. Além, claro, da inseticida. Contribuindo para manter o mosquito longe e, assim, prevenir a contaminação de outros animais”, explica Cortez.

Além da questão de saúde pública, ele destaca a importância do projeto para o bem-estar animal. “Nós como veterinários não queremos eutanasiar animais que estão bem, ativos e felizes. Temos que salvar vidas. E é isso que estamos fazendo. Estamos usando a preservação da vida como fator criador de políticas públicas”, relata o médico-veterinário.

Encoleiramento em Bauru

Inicialmente, o projeto tem como objetivo avaliar os resultados de dois bairros de Bauru, o núcleo Gasparini e bairro Isaura Pitta Garms. Segundo Cortez, a área atendida será expandida futuramente. As equipes percorreram as ruas coletando amostras de sangue de todos os cães, para testar a presença de leishmania.

Após alguns casos serem confirmados, os organizadores do projeto decidiram separar os casos em dois grupos, com e sem coleira. Assim, os pesquisadores podem determinar a eficácia do uso do produto em animais diagnosticados com a doença. Desde o início das visitas, mais de 90% dos cães infectados foram encoleirados.

Serão feitas visitas periódicas, porque a coleira tem validade de seis meses e precisa ser trocada para que continue eficaz

Relacionadas

Cão de porte médio e pelagem marrom encaracolada deitando na grama com expressão feliz ao lado de uma mulher vestindo calça jeans e tenis branco.
Um cachorro com cara triste, deitado no chão com uma corrente grossa no pescoço.
Três mulheres pousando para foto na frente de um painel roxo escrito Pet Comportamento em letras brancas. Da esquerda para a direita são elas: Deputada estadual Clarice Ganem, a vice-presidente do CRMV-SP Carolina Saraiva de Filippos e a presidente do CRMV-SP, Daniela Pontes Chiebao.
Mulher vestindo blusa verde e calça preta falando no microfone durante Simpósio Paulista de Leishmaniose Visceral.

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40. 

DPO do CRMV-SP: Zanandrea Freitas – zanandrea.dpo@crmvsp.gov.br