A Polícia Federal, em trabalho conjunto com a Polícia Ambiental e agentes do Ibama, apreendeu em Sorocaba 130 aves silvestres entre a madrugada e a manhã dessa terça-feira (30). O trabalho realizado hoje é parte da operação “Arataca”, viabilizada após meses de investigação que resultou na prisão de quatro pessoas com aves que estavam com anilhas adulteradas bem como os apetrechos utilizados para realizar a adulteração. Na apreensão de ontem, foram localizados exemplares de várias espécies, entre azulões, curiós e papagaio de cara roxa, este último ameaçado de extinção. As gaiolas com as aves estão temporariamente na sede da Polícia federal em Sorocaba, na rodovia Raposo Tavares.
De acordo com a polícia, além das apreensões de aves, o trabalho de investigação levou ao fechamento de um local na cidade de Salto de Pirapora há alguns meses, onde falsificadores produziam ou adulteravam as anilhas fornecidas pelo Ibama, para conferir um aspecto de legalidade ao transporte, posse e comércio de pássaros, fato que configura o crime de falsificação de selo ou sinal público. Ao longo dos últimos meses, a polícia realizou apreensões e prisões em dez municípios da região de Sorocaba.
As quadrilhas contam com intermediadores que realizam o comércio e a transferência irregular de anilhas e pássaros, outros indivíduos fabricam e adulteram as anilhas e criadores autorizados pelo Ibama, que também possuem em seu criadouro pássaros com anilhas falsificadas, as quais são colocadas em aves capturadas ilicitamente na natureza, também fazem parte do grupo investigado.
A operação
Arataca é sinônimo de arapuca e significa armadilha para caçar animais silvestres. A operação acontece em todo o Estado de São Paulo com o objetivo de desarticular quadrilhas voltadas para a prática de crimes contra a fauna. Ao todo, foram expedidos 38 mandados de busca e apreensão pela Justiça Federal. A operação conta com a participação de cerca de 130 policiais federais e ambientais, além de servidores do Ibama. Os mandados foram cumpridos em 19 cidades nas circunscrições das Delegacias de Polícia Federal em Jales (SP), Sorocaba (SP) e Uberlândia (MG).
Os delitos praticados são crime contra a fauna (artigo 29 da Lei 9.605/98), formação de quadrilha ou bando (art. 288 do Código Penal) e falsificação de selo ou sinal público (art. 296 do Código Penal), com penas que variam de um a seis anos de reclusão.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul (acessado em 31/08/2011)