A abertura do mercado americano para a carne bovina in natura do Brasil fica mais próxima com o término, em 23/4, da consulta pública nos Estados Unidos sobre o assunto.
No fim de dezembro, o Serviço de Inspeção Animal e Vegetal (Aphis na sigla em inglês), do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA na sigla em inglês) colocou em consulta pública, por 60 dias, uma proposta que permite a importação de carne bovina in natura de 14 Estados brasileiros. O período de comentários foi estendido no fim de fevereiro por mais 60 dias, o prazo pedido em carta por oito senadores.
Em correspondência enviada em janeiro ao secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, os senadores manifestaram a preocupação de que a entrada da carne bovina in natura brasileira no mercado americano possa levar a Febre Aftosa de volta ao país. Essa questão aparece em muitos dos 710 comentários feitos na consulta pública, assim como a necessidade de preservar o mercado para os produtores americanos de carne bovina.
Na proposta do Aphis, há uma estimativa de que as importações de carne bovina in natura brasileira devem ficar entre 20 mil e 65 mil toneladas por ano, com os volumes atingindo em média 40 mil toneladas. Se prevalecer esse número médio, as importações totais de carne bovina pelos EUA aumentariam menos de 1%. As projeções consideram o intervalo de 2014 a 2018.
Em 18 de dezembro do ano passado, Brasil e EUA divulgaram uma declaração conjunta com um entendimento para aumentar o comércio de carne bovina in natura entre os dois países. A entrada nos EUA também é vista como positiva pelo Brasil porque pode ajudar o produto brasileiro a entrar em outros mercados.
Em sua proposta para permitir a importação da carne brasileira in natura, o Aphis afirma que revisou o programa de controle e erradicação da Febre Aftosa durante suas visitas ao Brasil em 2002, 2003, 2006, 2008 e 2013, concluindo que ele é eficaz no âmbito local e nacional.
Segundo o órgão americano, o Ministério da Agricultura brasileiro pode detectar a doença rapidamente, limitando a sua difusão e relatando a questão de imediato. Isso teria ficado evidente nos episódios ocorridos em 2005 e 2006, quando os casos foram rapidamente identificados, a doença foi contida e as autoridades internacionais foram notificadas no tempo adequado.
Fonte: Portal do CFMV.