Filha de agricultores, Nilva Kazue Sakomura cresceu em área rural, na região de Jaboticabal, interior do Estado de São Paulo, o que contribuiu para que ela ingressasse no curso de Zootecnia do campus mantido pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) na localidade.
Hoje, 40 anos depois, as pesquisas de Nilva, professora titular no Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Unesp, norteiam a Zootecnia brasileira quando o assunto é nutrição animal.
A construção da carreira acadêmica exemplar teve seu pilar arquitetado logo após a conclusão de sua graduação, em 1979, a partir da busca por maior conhecimento. “O interesse pela pesquisa começou durante estágio na faculdade”, conta Nilva, que concluiu o mestrado em Produção Animal, em 1982, no qual avaliou alimentos para aves e sua digestibilidade.
Já em 1989, foi para a Universidade Federal de Viçosa, onde defendeu sua tese de doutorado em Zootecnia. “Para o doutorado escolhi pesquisar a exigência nutricional a partir do método fatorial”, afirma Nilva sobre o estudo voltado à necessidade das aves para o ganho de peso e para a produção de ovos.
Pesquisadora nata
Dedicou-se à livre-docência, em 1996, estudando o valor nutricional das sojas integrais processadas e de sua utilização na alimentação de frangos e poedeiras, também na Unesp. A docente não se limitou às fronteiras brasileiras e foi aos Estados Unidos e à África do Sul, nos anos de 2002 e 2010, respectivamente, para o pós-doutorado.
Sua atuação se consolidou na nutrição de monogástricos, com foco nas linhas de pesquisa “Exigências Nutricionais” e “Avaliação dos Alimentos para Animais Monogástricos”, tendo como temas principais a avaliação de alimentos e aditivos para aves e animais de companhia, modelagem das exigências nutricionais para o crescimento e produção de aves, com base no potencial genético e eficiências de utilização da energia e nutrientes das dietas.
Referência nacional
A zootecnista soma mais de 200 artigos publicados em periódicos e 29 capítulos de livros escritos. Durante a carreira, foi orientadora de 32 dissertações de mestrado, 31 teses de doutorado, além de pesquisas de iniciação científica, monografias de especialização e de graduação.
Sua trajetória culminou na publicação do livro “Métodos de Pesquisa em Nutrição de Monogástricos”, em parceria com o agrônomo Horacio Santiago Rostagno. Em sua segunda edição, é utilizado em cursos de graduação, pós-graduação e em pesquisas em instituições de todo o País. “É gratificante saber que meu trabalho contribui dessa forma para o ensino e a prática da Zootecnia, no âmbito da nutrição animal”, afirma Nilva.
Além da produção acadêmica
A contribuição de Nilva à Zootecnia brasileira foi além da produção acadêmica. Isso porque a coordenação da docente em quatro projetos temáticos – um na área de avaliação e três em exigência nutricional –, na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), resultou no desenvolvimento de dois softwares modelos de simulação que levam em conta a ambiência e outros fatores do contexto de criação.
Na Zootecnia, recursos tecnológicos como esses são cruciais para a tomada de decisão. “O zootecnista, a partir dos apontamentos de exigências nutricionais obtidos com as simulações, pode definir diretrizes necessárias para a criação em que está atuando. O objetivo do pesquisador é gerar resultados. Isso vai além de gerar conhecimento”, enfatiza Nilva.
Serviço:
2º Encontro de Zootecnistas do Estado de São Paulo
Quando: 14 de maio, das 9h às 17h20
Local: Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA/USP)
Endereço: Av. Duque de Caxias Norte, 225, Campus Fernando Costa – USP, Pirassununga – SP
Inscrições: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSetGMpjQAbWCOvF52T7UM5JrNNnOjtFlkGCtBlgY6fbqAr6IA/closedform
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