Prevenção Jurídica e ética é tema do segundo painel da 5ª Semana do Médico-veterinário

A judicialização das atividades profissionais e a importância da comunição assertiva foram alguns dos destaques do encontro transmitido ao vivo pela internet
Texto: Comunicação CRMV-SP/Foto: Freepik

No Dia do Médico-veterinário, comemorado em 09 de setembro, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) deu sequência à programação de encontros virtuais para debate de temas relacionados a abordagens inovadoras e tendências que apontam a direção da prática profissional.

Com a abertura do vice-presidente do CRMV-SP, Fábio Manhoso, a segunda noite de palestras da 5ª edição da semana comemorativa contou com a participação das médicas-veterinárias Rosemary Viola Bosch e Sílvia Renata Gaido Cortopassi e da advogada Renata Arruda. Juntos os profissionais propuseram uma reflexão sobre os motivos pelos quais o número de processos éticos, civis e penais seguem em crescimento.

Após parabenizar a classe pelas conquistas indiscutíveis, o vice-presidente do Regional, que neste ano graduou-se em Direito, ressaltou a importância do tema como conteúdo essencial na rotina da formação e na prática cotidiana do profissional.  “Tenho convicção que os profissionais que estão no mercado devem se atualizar continuamente em relação ao conteúdo técnico e de legislação. No entanto, é possível afirmar que, pelo menos 40% dos processos são resultado da falta de uma comunicação eficiente” conclui.

Para Manhoso, nunca foi tão importante a busca por soluções que auxiliem os profissionais na construção de uma postura proativa que facilite a quebra de paradigmas frente a uma sociedade ‘empoderada’ pelo acesso a informação e comportamento ativo quanto à exigência de seus direitos como consumidores.

“Há anos lutamos pelo reconhecimento da sociedade, hoje é possível dizer que estamos no caminho certo para alcançar esse objetivo de maneira plena. Por outro lado, o ônus dessa exposição pode ser alto caso não estejamos preparados para transmitirmos nossa mensagem de maneira clara e objetiva. Conhecer e comunicar à sociedade quem somos, o que podemos fazer, até onde podemos ir, respeitarmos e sermos respeitados serão a base para o futuro da nossa profissão”, reiterou.

Responsabilidade Técnica

Na primeira participação da segunda noite da Semana do Médico-veterinário, a tesoureira do CRMV-SP e presidente da Comissão de Responsabilidade Técnica do Regional, Rosemary Viola Bosch, abordou aspectos legais da atuação dos profissionais que assumem a responsabilidade técnica de uma empresa, seja como colaboradores, empreendedores ou profissionais liberais.  Durante sua apresentação, reforçou a preocupação diante de casos de profissionais que cometem infrações repetidamente.

Rosemary menciona que é cada vez maior o número de denúncias recebidas pelo CRMV-SP. “Estamos muitos preocupados e buscamos respostas para compreender esse fenômeno que precisa ser combatido, afinal, são infrações, na grande maioria das vezes, que poderiam ser evitadas caso o profissional seguisse as diretrizes estipuladas justamente para protegê-los”.  

A médica-veterinária finaliza enfatizando que “conhecer a legislação é uma obrigação, porém praticar a atividade profissional com ética e responsabilidade é mais que um dever, trata-se de uma demonstração de cidadania, amor pela profissão e por toda a sociedade. Falta conscientização da seriedade que o ato profissional impõe”.  

Conduta ética sob a perspectiva da Anestesiologia

Uma das especialidades consideradas mais importantes da atualidade na Medicina Veterinária, a Anestesiologia conquista espaço no mercado com novas demandas. Contudo, a especialidade destaca-se quando o assunto são infrações éticas praticadas pelos profissionais. A questão foi apresentada pela presidente do Colégio Brasileiro de Anestesiologia Veterinária (CBAV), Silvia Renata Gaido Cortopassi.

Diante do número significativo de denúncias éticas envolvendo profissionais da área, o Colégio Brasileiro e o CRMV-SP lançaram, recentemente, o Código de Conduta do Anestesiologista Veterinário, estipulando critérios e orientando a atuação dos profissionais da área.  Uma das preocupações destacadas pela presidente do CBAV é com relação aos profissionais volantes.

Esse tipo de atuação, alerta Sílvia, muitas vezes “dificulta o vínculo com o paciente no pré e pós-operatório, sem contar que causa impacto direto no déficit de informações sobre o histórico médico, fato já confirmado como principal causa de erros fatais durante os procedimentos”. Para a anestesiologista, “acolher e acompanhar os pacientes são questões indispensáveis e precisam ser colocadas em prática para que a especialidade atinja todo seu potencial de excelência”. 

Prevenção jurídica na Medicina Veterinária

Em meio ao relevante aumento da procura pelo atendimento veterinário e a mudança do comportamento dos tutores, tem crescido também a judicialização da prestação de serviço na Medicina Veterinária, por isso, a advogada Renata Arruda também destacou durante o painel pontos que merecem atenção dos profissionais com o objetivo de prevenir e gerenciar crises provocadas por processos éticos e judiciais.  

O risco não visto, significa risco não avaliado e, consequente, risco não gerenciado

(Renata Arruda, advogada especializada no atendimento a médicos-veterinários)

Com linguagem direta e objetiva, foram elencados os principais riscos ligados à prática profissional: desconhecimento sobre a atualidade, o perfil dos tutores e a responsabilidade civil e ética em que se enquadra a empresa na qual se está inserido; o conhecimento raso sobre prontuário; a falta de informação ao cliente e a subestimação do bom relacionamento com o mesmo. 

A advogada reforçou, ainda, que “o profissional deve manter o foco não apenas nas necessidades do paciente, mas compreender que o tutor também precisa ser incluído no atendimento. Uma relação de confiança no início desse contato facilitará o trabalho do profissional”.  Essa proximidade, segundo Renata, criará um ambiente de harmonia para que todas as possibilidades possam ser analisadas e discutidas, evitando desgastes e prejuízos a todos os envolvidos.

Assista a íntegra do painel

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