O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou a Instrução Normativa Nº 13, de 29 de maio de 2014, que proíbe a comercialização e o uso das lactonas cíclicas (avermectinas) de longa ação e não todas as avermectinas, as que possuem período de carência de até 42 dias continuam liberadas.
No entanto, a medida não deve afetar as cadeias de aves e suínos brasileiras, de acordo com o pesquisador e chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Suínos e Aves, Luizinho Caron. “A IN Nº 13 afeta basicamente os bovinos, pois não são utilizadas em suinocultura ou mesmo avicultura. A medida foi tomada pelo Mapa devido à detecção de resíduo de avermectinas pelos importadores de carne bovina brasileiros. No entanto, sabemos que a norma causou polêmica no setor”, explica.
Confira a seguir parte da entrevista realizada pela Avicultura Industrial com o pesquisador Luizinho Caron:
– Sabemos que o uso das avermectinas não é feito pelo setor avícola. Correto? De alguma forma, essa proibição pode trazer alguma consequência para esta cadeia?
Sim, de fato estas substâncias não são utilizadas pelo setor avícola, assim não traz qualquer impacto para a cadeia avícola.
– No caso da suinocultura, as substâncias podem ser usadas para tratamento e controle de parasitas internos e externos. Com isso, a proibição do Mapa pode ter algum impacto negativo? De que forma?
Na verdade, não afetará a suinocultura, pois as lactonas cíclicas que são utilizadas na suinocultura não são de longa ação, as quais são quase que exclusivamente utilizadas na bovinocultura. Assim, as avermectinas que são utilizadas para controlar endo e ectoparasitas em suínos não são afetadas pela respectiva IN e poderão continuar sendo utilizadas. Vale mencionar que todos os medicamentos de uso veterinário devem ser receitados por médico veterinário e a carência dos medicamentos para o abate é fundamental para manutenção de mercados exigentes que o Brasil tem conquistado e, obviamente, é uma questão ética a ser observada por produtores e médicos veterinários: produzir dentro das normas legais e ficando dentro dos limites de resíduos permitidos na carne.
– Que alternativas o produtor pode buscar para o controle dos parasitas tratados com avermectinas?
Na verdade como as avermectinas de longa ação não são utilizadas em suínos, os médicos veterinários poderão continuar receitando o medicamento e os produtores utilizando os mesmos. Mas, como mencionado acima, é importante sempre observar o período de carência do produto para o abate dos animais.
Fonte: Avicultura Industrial