Na próxima quarta-feira (18/05), às 19h, o CRMV-SP promoverá mais um encontro do ciclo de palestras em responsabilidade técnica (RT), desta vez com a temática sobre a atuação em saúde pública. O evento é on-line e será ministrado pelo médico-veterinário Mário Ramos de Paula e Silva, membro da Comissão de Responsabilidade Técnica do Regional.
A palestra tem como objetivo orientar o médico-veterinário que está ingressando no serviço público como responsável técnico, e dedicará tempo a esclarecer dúvidas sobre documentações legais e de gestão. Paralelamente, também serão abordadas questões sobre competências profissionais para que atuação seja satisfatória.
“A saúde pública veterinária é uma ciência relacionada à promoção e proteção da saúde animal e humana, e visa prevenir doenças e agravos à população. Buscamos também conscientizar médicos-veterinários, gestores e sociedade como um todo sobre a importância da Saúde Única, relação entre a saúde humana, animal e ambiental”, explica Silva.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 60% das doenças infecciosas humanas têm sua origem em animais. Por todo o mundo, as zoonoses respondem por 62% da Lista de Doenças de Notificação Compulsória. “Este número é tão alto que não se pode desconsiderar a importância do papel do médico-veterinário na sociedade”, frisa o palestrante.
Ao destruir florestas e outros ecossistemas naturais para criar espaços às áreas urbanas, assentamentos, terras agrícolas e indústrias, reduzem-se os espaços da vida selvagem e as barreiras de proteção natural entre seres humanos e animais. “A pandemia da Covid-19 é um dos exemplos do quanto um ambiente degradado pode impactar na saúde pública”, destaca.
O médico-veterinário alerta quanto ao perigo das doenças emergentes, como a febre do Nilo e a influenza aviária. “Elas podem ressurgir devido à globalização, desmatamento e a facilidade de transporte.”
Áreas de atuação
O médico-veterinário possui papel fundamental na área da saúde pública e está inserido em diferentes atividades que podem contemplar desde a gestão e o planejamento em saúde, até a mais tradicionalmente conhecida vigilância, seja epidemiológica, sanitária ou ambiental.
Pode atuar na atenção primária em saúde, compondo as equipes multidisciplinares dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família (Nasf); com controle de resíduos, vetores, insetos e roedores; e fazendo levantamentos de epidemiologias, no sentido de nortear o gestor na tomada de decisão.
“Também está capacitado para planejar e executar medidas de prevenção e controle de enfermidades como as arboviroses, que incluem o vírus da febre amarela, dengue, zika e chikungunya”, diz Silva.
Capacitação para excelência
A presidente da Comissão de Responsabilidade Técnica do CRMV-SP, Rosemary Viola Bosch, acredita que a figura do RT será cada vez mais importante, devido ao crescente número de novos profissionais e estabelecimentos veterinários. “Os órgãos fiscalizatórios acreditam que as empresas precisam ter um autocontrole de suas atividades”, afirma Rosemary.
Para saber se posicionar adequadamente diante das diversas situações profissionais, o RT precisa estar bem orientado, especialmente o servidor público, alerta Rosemary. “Este profissional pode vir a sofrer pressões do município ou de políticos da região. Por isso, devem ser capacitados para saber como agir adequadamente quando forem pressionados.”
Neste contexto, vale lembrar que o Conselho é um parceiro do profissional para essas e outras questões que vierem a surgir durante o exercício profissional. “Nosso papel é orientar os colegas. Por isso, esse ciclo de palestras é tão importante, pois nos aproxima dos colegas e nos coloca à disposição para esclarecer dúvidas e ajudar no que for necessário”, finaliza a presidente da Comissão do CRMV-SP.