Tratamento de animais com LVC não é medida de saúde pública para o controle da doença

Eutanásia, atualmente, ainda é a única alternativa em situações nas quais o animal não pode ser tratado com medicamento registrado no Mapa
Comunicação CRMV-SP

Para os seres humanos, há um protocolo para tratamento leishmaniose visceral, estabelecido pelo Ministério da Saúde (MS). Já para os cães, existe uma única substância permitida no Brasil, a Miltefosina, registrada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Mas há ressalvas para o tratamento de animais com a leishmaniose visceral canina (LVC).

“A bula do produto informa que não existe cura parasitológica para a LVC e que o declínio da carga parasitária no cão diminuirá o potencial de infecção dos mosquitos. Portanto, a possibilidade de transmissão da doença permanece, ainda que reduzida”, alerta Leonardo Burlini Soares, coordenador técnico médico-veterinário do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

O profissional aponta também para a menção, na bula, de restrições para animais com insuficiência hepática, renal ou cardíaca. “Nesses casos, o medicamento somente deverá ser administrado após uma avaliação de risco/benefício realizada por um médico-veterinário.”

Por toda a vida

A utilização de produtos para repelir o flebotomíneo é indispensável, paralelamente ao tratamento e, também, após a alta médica, por toda a vida do animal. Cabe frisar que, conforme o Mapa e o MS, o tratamento de cães com LVC não se configura como medida de saúde pública para controle da doença.

Em prol da saúde pública, é preciso que haja compreensão de que, atualmente, a eutanásia ainda é a única alternativa em situações nas quais o animal não pode ser tratado com o produto registrado no Mapa.

De acordo com Soares, o controle da doença requer:

– conscientização sobre a posse responsável aos tutores;

– controle da população canina não domiciliada;

– monitoramento e controle químico do mosquito transmissor;

– manejo ambiental;

– realização de exame sorológico antes da aquisição de cães;

– uso de telas do tipo malha fina em canis;

– limpeza dos ambientes interno e externo das residências.

Sobre vacinação:

– o mercado dispõe de vacina contra a leishmaniose visceral canina;

– antes da imunização, é preciso fazer a sorologia para ver se o animal é não reagente para a doença;

– a vacinação deve ser feita anualmente e as documentações bem guardadas pelo tutor para comprovações;

– antes de qualquer decisão, em caso de dúvidas, converse com o médico-veterinário do seu animal.

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