Além da preocupação com a saúde, a pandemia de Covid-19 trouxe também um momento de incerteza para os negócios. Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram que 89% das 15 milhões de pequenas empresas brasileiras, as quais correspondem a 30% do Produto Interno Bruto Nacional (PIB), já tiveram queda no faturamento.
Pesquisa de mercado realizada pela Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários (ABHV) aponta que 34% dos estabelecimentos médico-veterinários sentiram uma redução na receita de até 40%. Para não fecharem as portas, os empreendedores devem buscar alternativas para manter a saúde de suas empresas e se planejar para o momento da retomada econômica.
De acordo com José Donizete Valentina, contador e presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP), uma boa gestão financeira pode ser a solução para que os empreendimentos resistam ao momento de instabilidade econômica causada pelos impactos da Covid-19.
Ao organizar a movimentação de receitas e despesas, torna-se mais fácil direcionar recursos ao que realmente traz resultados. “Organize os itens de extrema necessidade e que não podem ser preteridos. Em seguida, converse com fornecedores e parceiros e renegocie as dívidas que podem ser postergadas. Evite gastos excessivos e desnecessários neste momento”, orienta.
Suspensão de pagamentos
Para reduzir o prejuízo às empresas, o governo adiou ou suspendeu diversos pagamentos de obrigações como taxas, impostos e tributos durante este período. Os agricultores e pecuaristas poderão pedir o adiamento de parcelas do crédito rural.
As microempresas e os microempreendedores individuais (MEI) foram autorizados a adiar a parte federal do Simples Nacional, cujos pagamentos de abril, maio e junho passarão para outubro, novembro e dezembro. “O empreendedor deve estar muito alinhado ao seu contador. É ele quem poderá auxiliar sobre as questões financeiras da empresa”, orienta o presidente do CRC-SP.
Alerta com “vantagens” oferecidas
Valentina alerta que durante o período de isolamento social, observa-se um aumento de empresas oferecendo produtos e serviços a preços reduzidos e com “vantagens” de pagamentos parcelados, com o primeiro vencimento para até 120 dias.
“Este falso atrativo pode levar a um nível de endividamento futuro que causará um desequilíbrio financeiro perigoso”, aponta o presidente do CRC-SP, reforçando que o efeito da pandemia para a saúde dos negócios terá seu auge daqui a seis meses.
Buscar medidas criativas
Para preservar o fluxo de caixa, as empresas precisam se reinventar. “Os negócios que são baseados em uma única fonte de renda, seja produto ou serviço, têm mais chances de quebrar durante crises”, afirma Marco Antonio Gioso, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP) e consultor em marketing, gestão e empreendedorismo.
Uma alternativa é diversificar os negócios. “Um hospital veterinário que tenha uma loja acoplada, com venda de medicamentos ou outros produtos para pets, poderá suprir a queda de um serviço por outro”, ressalta Gioso.
Anuidades
O vencimento das anuidades do exercício 2020 do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), tanto para pessoas físicas, quanto para as jurídicas, também foi prorrogado para 31 de agosto, com possibilidade de pagamento à vista ou parcelado.
Serviço:
O médico-veterinário Marco Antonio Gioso, professor da FMVZ-SP, lançou um trabalho de mentoria, via WhatsApp, destinado a empresários que buscam interagir com outros profissionais sobre negócios, capacitação de colaboradores e comportamento em tempos de pandemia de Covid-19. Para partcipar, entre em contato pelo telefone (11) 98926-5555.
LEIA TAMBÉM
Médico-veterinário deve cuidar de sua saúde mental para não adoecer em meio à pandemia
Recomendações garantem segurança durante pandemia do coronavírus