Após a recomendação do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) para que fosse mantido apenas o atendimento emergencial em clínicas e hospitais veterinários durante a pandemia de Covid-19, os profissionais se depararam com uma série de orientações de conduta adotadas nos diversos países onde a doença já estava presente.
A partir desse cenário, a Academia Brasileira de Medicina Veterinária Intensiva (BVECCS) e o Grupo de Estudos de Medicina Veterinária da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) viram a necessidade de elaborarem um documento próprio para auxiliar os profissionais brasileiros.
“São recomendações baseadas em evidências, formuladas por uma academia de especialidade no assunto, a BVECCS, endossado por uma associação de Medicina Humana, a AMIB, ou seja, todo o conteúdo é em prol da saúde do médico-veterinário e das equipes de apoio”, afirma Eduardo Pacheco, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
Pacheco enfatiza ainda que “além de ter poder técnico, ser de âmbito nacional e que pode salvar vidas, é um documento de saúde pública feito por médicos e médicos-veterinários.”
No DNA da Academia
De acordo com Rodrigo Cardoso Rabelo, gerente de Pacientes Graves da Intensivet e representante da BVECCS no Comitê da AMIB para o enfrentamento à Covid-19, atuar com guias e recomendações sempre esteve no DNA do trabalho da Academia.
“Quando surgiu a questão da pandemia, buscamos evidências locais e aspectos culturais para elaborarmos recomendações nacionais. Conectamos-nos com colegas dos EUA e de Portugal para criarmos um documento que fosse o mais baseado em evidências possível”, afirmou Rabelo, destacando o apoio de profissionais como o professor Hélio Autran de Morais, além do comitê técnico da AMIB, que mantém o departamento de Medicina Veterinária Intensiva, desde 2008.
Biossegurança
Para Marcio Thomazo Mota, membro da Comissão das Entidades Regionais Veterinárias do Estado de São Paulo do CRMV-SP, os processos específicos para um momento de pandemia enriquecem a capacidade dos médicos-veterinários em biossegurança.
“É de suma importância seguirmos todas as regras preconizadas de contenção e segurança operacional, neste momento de grande disseminação do vírus, para podermos em breve retomar a normalidade”, ressalta.
Atendimento seguro
O documento, elaborado pela BVECCS e pela AMIB, relaciona as formas seguras de triagem presencial e por telefone, além de condutas para o atendimento domiciliar e hospitalar, tanto em casos em que o tutor tem suspeita de Covid-19, quanto os que não têm; classificação de urgência e emergência; medidas de segurança, como higienização constante das mãos e uso de EPIs, como máscaras, luvas, aventais, protetores ocular e facial, entre outros.
Todas as medidas que visam evitar e diminuir a exposição ao vírus e o contato com pessoas que podem carregar o micro-organismos são fundamentais. “Por isso, a grande importância do uso de EPI´s, divisão/restrição de equipe, e restrição de tutores dentro das dependências do estabelecimento”, afirma Pacheco.
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(Eduardo Pacheco)
Serviço:
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